10 de agosto de 2010

DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA

Tenho acompanhado manifestos postados nesse blog que me causam espanto e perplexidade. O último consta uma frase no mínimo afrontosa a dignidade e respeito ao ser humano e mais se dirigida em desfavor de um militar estadual. Servidor treinado e preparado para respeitar e fazer cumprir as leis.
A frase “Prefiro 100 policiais que não fazem nada, do que vocês” fere de morte todos os ensinamentos acadêmicos e profissionais e de respeito ao ser humano, principalmente dirigida àquele que dedica a própria vida em defesa da sociedade.
A dignidade da pessoa humana é um valor espiritual e moral inerente a pessoa, que se manifesta singularmente na autodeterminação consciente e responsável da própria vida e que traz consigo a pretensão ao respeito por parte das demais pessoas, constituindo-se em um mínimo invulnerável que todo estatuto jurídico deve assegurar, de modo que apenas excepcionalmente possam ser feitas limitações ao exercício de direitos fundamentais, mas sempre sem menosprezar a necessária estima que merecem todas as pessoas enquanto seres humanos.
Nossa Constituição giza em seu art. 5°, inc. X, “que são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação”.
Portanto, o direito à honra e à imagem, entre outros, aparece como conseqüência imediata da consagração da dignidade da pessoa humana como fundamento da República Federativa do Brasil.
Esse fundamento, para aqueles menos avisados, afasta por completo a idéia de predomínio das concepções transpessoalistas de Estado e de Nação, em detrimento da liberdade individual e ao respeito á imagem e honra.
O princípio fundamental consagrado pela Constituição da dignidade da pessoa humana apresenta-se em uma dupla concepção. Primeiramente, prevê um direito individual protetivo, seja em relação ao próprio Estado, seja em relação aos demais indivíduos. Em segundo lugar, estabelece verdadeiro dever fundamental de tratamento respeitoso e igualitário dos próprios semelhantes.
Essa obrigação configura-se pela existência do indivíduo respeitar a dignidade do seu igual tal qual exige que lhe respeitem a própria. Essa concepção funda-se em três princípios do Direito Romano: viver honestamente, não prejudicar ninguém e dar a cada um o que lhe é devido. No mesmo sentido a Declaração Universal dos Direitos Humanos, diz que a dignidade é inerente a todas as pessoas como fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo.
Fica claro na frase acima, que nos falta muito para aprender a respeitar nossos subordinados e nos falta muito para entendê-los como seres humanos sujeitos de direito e nesse ritmo falta muito para prestarmos um serviço de qualidade a sociedade mineira, tudo isto por culpa daqueles que deveriam dar ao menos o bom exemplo de como tratar um ser humano, um policial militar, um pai de família, um trabalhador sofrido e surrupiado pelo Estado diariamente.
Pensem Senhores, reflitam e tenham espírito critico sobre suas próprias atitudes. A Polícia Militar é patrimônio do povo e pelo que sabemos não vivemos mais na casa grande, onde os senhores feudais tratavam as pessoas como animais. Se não sabem deveriam saber, pois até os animais têm direitos a tratamento digno.

ZOÉ FERREIRA SANTOS,
Advogado e Ten Cel da Reserva da PMMG
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6 comentários:

Anônimo disse...

“Prefiro 100 policiais que não fazem nada, do que vocês”... A frase termina assim, ou foi "editada"? Se voce navegar por este blog poderá perceber coisas do arco da velha (baixarias, acusações em fundamentos, palavrões, etc, etc, etc), tornando esse blog uma fonte não muito fidedigna de informações. Já postei várias opiniões sugerindo a mudança de postura dos participantes desse blog no sentido de divulgarmos os fatos contendo dados para apuração de denúncias, mesmo que anônimas. Resolve, por exemplo, uma denúncia nestes termos: "um militar de uma unidade da capital pratica tráfico de droga durante o serviço e o seu chefe não fala nada". E daí, como apurar? Entendo como extrema covardia este tipo de denúncia que não leva a nada e a lugar nenhum. Sejamos sérios....

Anônimo disse...

O PM que fez essa denúncia: “Prefiro 100 policiais que não fazem nada, do que vocês”, é um covarde, um grande covarde. Se isso realmente aconteceu, se é que aconteceu, que ele se identifique e dê "nome aos bois", pois o autor deverá ser punido. Mas se o denunciante continuar na covardia, o que é peculiar dos mentirosos e fracos, a situação continuará da mesma forma. Portanto, espero que a suposta "vítima" tenha coragem e faça uma queixa ou uma representação formal contra o autor.

Anônimo disse...

E aí?
Como ficou sua denúncia sobre formação de quadrilha para cometer improbidade administratvia?
Poderia divulgar para nós quem foi condenado?

Zoé disse...

Coloque aqui seu nome que te darei a resposta ou compareça em meu escritório na Av. João C. de Oliveira, 1007, terei prazer em recebê-lo.Não sou dado ao anonimato gosto de olhar nos olhos das pessoas.

Anônimo disse...

Dignidade. Esta é uma das palavras inexistentes nos dicionários de muitos companheiros nossos.
Conheço o Cel Zoé, bem como o Cel Mendonça. Esses, e outros poucos são homens dignos e honrados. Por isso, ambos não eram muito bem vistos pela alta cúpula da PMMG.
Quem os conheceu e acompanhou a vida operacional na carreira deles, sabe do que estou falando.

Anônimo disse...

Olá PJO, (vulgo gambá). Quanto tempo, heim?
Fiquei alegre em saber que você conseguiu, ainda que a trancos e barrancos, mas chegou à reserva. Mas foi por pouco. Que sufoco né? Quem te viu, quem te vê. Até breve, GAMBÁ. (não se zangue comigo. Isso é coisa do Sgt Gonçalves, lembra?).