25 de novembro de 2010

PMs de férias poderão ser convocados para reforçar ações contra traficantes (RJ)

RIO - O secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, admitiu quarta-feira, em entrevista ao "RJ-TV", da TV Globo, a possibilidade de convocar cerca de 3.500 PMs que estão de férias para atuar no combate às ações dos traficantes. Segundo o secretário, essa medida está sendo avaliada pelo comando da Polícia Militar:
- É uma possibilidade (a convocação dos PMs que estão de férias), sem dúvida. O comandante da PM ainda não tomou essa iniciativa, porque ele conta com algumas ações para serem apresentadas à população. Mas isso já está no planejamento, para que amanhã ou depois esses policiais possam ser chamados para as ruas.
Mais cedo, em entrevista à Rádio CBN, o governador Sérgio Cabral afirmou que os ataques são uma reação ao enfraquecimento das quadrilhas. Ele acrescentou que a política de segurança vai continuar, com a instalação de novas Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) e a contratação de sete mil policiais no próximo ano. Cabral disse ainda que nunca teve a ilusão de que os bandidos não reagiriam às ações do estado.
- Não tínhamos qualquer ilusão, perante as ações que estávamos tomando, a respeito desses marginais. Tivemos vários indícios disso, e agimos permanentemente. Mas é evidente que há, neste momento, uma tentativa desesperada da marginalidade de gerar uma fragilidade na nossa política, um terrorismo na população, um amedrontamento da população, para voltar àquela situação de comodidade (de outros governos) - ressaltou Cabral.
Segundo Beltrame disse em outra entrevista, ao site G1, não há garantias de que não ocorrerão novos atentados.

- Não há garantia. Quem garante isso é mentiroso. Quando se vê um garoto com uma garrafa de gasolina na mão, tudo isso traz intranquilidade. Não estamos fazendo pirotecnia. Estamos combatendo essas ações, a polícia tem feito isso. Mas não garantimos, absolutamente, estancar (os ataques). Estamos pensando à frente, para que isso não aconteça mais - ressaltou.
O secretário de Segurança acrescentou que o Rio pode pedir a ajuda da Força Nacional de Segurança, mas, para ele, isso resolveria apenas um problema pontual. Beltrame afirmou que primeiro é preciso esperar a atuação das polícias Civil e Militar:
- Se chegar a um determinado momento em que nós decidirmos que ela (a Força Nacional) pode vir a atuar, não vejo problema algum.
Além de defender a política de segurança do estado, Beltrame criticou o sistema penal e as brechas que possibilitam que bandidos presos em unidades de segurança máxima possam se comunicar com suas quadrilhas.
- Cada pessoa que foi presa e reincide no crime, você pode ter certeza de que a polícia trabalhou duas vezes. Essa questão tem que ser revista. Preciso do apoio da sociedade para que ela se manifeste no sentido de mexer em leis de execução penal e do Código de Processo Penal. Como um chefe do crime, dentro de estabelecimentos prisionais, comanda seus negócios como se estivesse na sua área? - disse Beltrame, ressaltando não se tratar de uma crítica ao sistema penitenciário.
FONTE: O GLOBO
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