As
cidades acima relacionadas fazem parte dos locais onde militares estão tendo
que trabalhar como “escravos”. Em dois anos, várias denúncias foram publicadas mostrando escalas
consideradas desumanas nos pelotões e, sobretudo, nos destacamentos. “Como vê, estamos esquecidos aqui no
nordeste mineiro, sem condições de trabalho, com poucos homens trabalhando em
escalas de 12 horas cansativas e sempre o comando maquiando tudo...”,
declara um militar de Nanuque.
Em
Canápolis não é diferente, “como aqui não
tem Oficial, somos obrigados a trabalhar 180 horas mensais, mais uma escala
obrigatória de recobrimento de 06 horas e ainda somos escalados pelo menos 03
ou 04 vezes em escalas especiais”, diz o relato de outro militar.
Em
Santa Luzia adotaram a escala 3X1/4X2. Ou seja, 48 horas trabalhadas por semana,
mais seis horas de instrução. Em cidades como Caratinga, o comando cria operações
especiais sobrecarregando militares dos destacamentos, que segundo eles, acabam
apenas, “vigiando cone”.
“...até mesmo após uma escala de
serviço de 24h em um único turno, são obrigados a levar o celular do
destacamento para o descanso para possíveis chamadas, inclusive com a
possibilidade de cancelamento da folga”, denúncia de um militar de Araxá.
Destacamentos
de Cristália, Botumirim e Capitão Eneas, subordinados o Cia de Francisco Sá, há
escalas que podem chegar a 84 horas por semana.
Represálias
Algumas denúncias publicadas em blogs tiveram como resultado a punição para alguns militares. A
última denúncia, de Brasilândia de Minas, militares estão sendo ameaçados por causa do desabafo publicado na última semana.
Justificativas
Em
geral, o argumento que comandantes estão dando para o descumprimento da lei é a
falta de contingente nos destacamentos. Com um número reduzido, o comando
precisa atender à população com três, quatro militares para cada distrito ou
município.
“Se deixarmos de atender à população,
somos cobrados da mesma forma, pelo comando geral”, afirma um comandante.
Contingente
Alguns
especialistas acreditam que o claro
nas corporações se deve ao mau planejamento dos concursos públicos. Para
muitos, o efetivo das corporações cai, porque a entrada de policiais não supre
a saída dos PMs que vão para a reserva remunerada. Outro
problema é que a entrada de profissionais não atende a demanda do crescimento
populacional nem dos índices de violência.
Segundo estudo divulgado pelas Organizações das Nações Unidas (ONU), é necessário que exista pelo menos um policial para cada quinhentos habitantes. Em países com resultados melhores na área da segurança pública, a média apresentada é de um policial para cada duzentos e cinquenta habitantes.
O Detalhamento e Desdobramento do Quadro de Organização e Distribuição da PMMG (DDQOD) mostra a distribuição de militares em todo o Estado, mas não determina o número exato de policiais numa localidade. Assim, fica a critério do comando escalar da forma que lhe convier o contingente disponível numa determinada região.
E mais, o Estatuto de Pessoal da Polícia Militar (EPPM) não estipula um período máximo de trabalho, apenas o mínimo de 40 horas semanais.
Em municípios como Brasilândia de Minas, com cerca de 15 mil habitantes, se considerarmos os estudos da ONU, a pequena cidade do noroeste de Minas deveria ter um efetivo mínimo de 28 policiais. Atualmente, segundo o próprio pelotão, o efetivo é de 16 militares.
1 comentários:
Voces esqueceram da sede da 164 cia (Machado) das cidades de Poço fundo e Carvalhopolis.Aonde a jornada semanal passa das 60 horas semanai;se for contar a instrução diaria e semanal,fora as chamadas,apresentações no forum e etc.
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