26 de abril de 2011

Policiais civis entram em greve e militares ameaçam aquartelar (AL)

Agentes penitenciários devem decidir por paralisação; movimento diz que meta é "parar" segurança pública
Policiais militares, civis e agentes penitenciários deflagraram mobilização conjunta que deve levar à paralisação da segurança pública em Alagoas. Na manhã desta segunda-feira (25), representantes de diversas categorias que constituem o Movimento Unificado dos Trabalhadores da Segurança Pública reuniram-se com representantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT) para anunciar um calendário comum de mobilização. Eles rejeitam a política salarial anunciada pelo governo do Estado e criticam o que chamam de cerceamento ao direito de greve
Mesmo com a decisão da justiça decretando a greve ilegal, os policiais civis paralisam suas atividades nesta terça-feira (26). Os agentes penitenciários fazem assembleia no Sistema Prisional, também com indicativo de greve, e às 15h, os policiais militares reúnem-se na Praça Deodoro e podem decidir pelo aquartelamento. “Só depende do governo. Nós queremos o que é garantido por lei, não queremos tratamento diferenciado, nem generalizante. Queremos tratamento isonômico e o governo não quer negociar. Estamos na iminência do aquartelamento, mas isso depende do Governo”, anunciou o ex-presidente da Associação de Cabos e Soldados, Wagner Simas.
Questionado sobre o regimento da carreira militar, que veta o direito de greve, ele disse que há outros meios de mobilização. “Temos estratégias para garantir nosso direito de reivindicar”, disse o militar, que afirma que há a possibilidade de aquartelamento. “Esperamos pela negociação com o governo, mas não houve avanços. Estamos na iminência do aquartelamento, mas isso é o governo quem vai decidir”, avisou o militar.
Em entrevista coletiva na manhã desta segunda-feira (25), representantes das diversas categorias vinculadas à segurança pública, apoiados por lideranças comunitárias e pela CUT, fizeram sérias críticas à política de segurança e à política de gestão pública do governo do Estado. “O governo Téo Vilela tem dito que não pode conceder reajuste por causa do limite da Lei de Responsabilidade Fiscal. No entanto, em 2010, o governo gastou apenas 45% da receita corrente líquida com pagamento de servidores, quando o teto é de 49%. O governo de Alagoas foi o que menos gastou com salários no Brasil”, afirmou Luiz Gomes, o Professor Luizinho, representante da CUT na reunião.
Os sindicalistas também criticaram o Poder Judiciário, a quem acusam de subserviência ao Poder Executivo, nas decisões favoráveis à ilegalidade das greves. “Já existe um modelinho pronto no Tribunal de Justiça. É só chegar a ação, que qualquer juiz já usa o modelinho para inviabilizar a mobilização dos servidores”, afirmou o Prof. Luizinho. “Pelos termos da decisão da Justiça na última greve, está decretada a ilegalidade da greve no sistema penitenciário, para sempre”, completou o presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários, Jarbas Souza. “Mas não vamos nos intimidar. Se nos tirarem o direito de fazer greve, vamos fazer uma guerra”, avisou o sindicalista.
Os representantes dos policiais militares afirmaram que além do Judiciário, que anteciparia a decretação de ilegalidade das greves, respondem a sindicâncias internas por insubordinação. “Nós não podemos fazer greve e o Comando da Polícia Militar já abriu uma sindicância para apurar se houve excessos na nossa ação após reunião com a Secretaria de Gestão Pública, há 15 dias. Mas ninguém questiona se o governo tem o direito de descumprir o que a lei determina”, questionou o cabo Wagner Simas, da Associação de Cabos e Soldados. “Nós não estamos pleiteando reajuste, a gente quer que nos seja repassado o que foi acordado com o Governo”, afirmou.
As ações de mobilização começam nesta terça- feira (26) com a greve da polícia civil. Às 9h, os agentes penitenciários fazem assembleia no sistema prisional, com votação do indicativo de greve e às 15h, as associações de policiais militares reúnem-se na Praça Deodoro, onde decidirão se haverá aquartelamento. Os militares informaram que esperam pela posição do governo até a hora da assembleia.
Participaram da reunião representantes do Sindicato dos Policiais Civis, da Associação de Cabos e Soldados (ACS) da Polícia Militar, Associação dos Oficiais Militares (Assomal).
FONTE: TUDO NA HORA
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