11 de dezembro de 2011

MAIS UM POLICIAL FOI MORTO, SERÁ QUE A CRIMINALIDADE ESTÁ MESMO DIMINUINDO? A QUEM NOS QUEREMOS ENGANAR?

Produção, produção e produção. Essa é a palavra mais ouvida nas forças policiais.
Produção é a palavra mais ouvida nos quartéis e delegacias de nosso Estado. A grosso modo parece que nossos governantes querem mesmo transformar Minas Gerais em um paraíso. 
Mas, será essa nossa realidade mesmo? O número de assaltos cresce a cada dia. Agora, até assaltos a banco estão voltando a acontecer. Policiais estão morrendo aos montes nas mãos de bandidos. A falência do sistema policial é notória quando detectamos que famílias de policiais estão morando nos quartos do Centro Social de Cabos e Soldados por que os bandidos “expulsaram” aquele policial de seu bairro. Se não conseguimos proteger nem a nossa família policial como vamos proteger a sociedade.
E ainda ouvimos nossos governantes dizer que os índices de criminalidade estão baixos. Onde? Certamente dentro dos palácios onde moram o índice é zero. Mas e os policiais? Será que nós temos o mesmo aparato de nossos governantes?
Essa noite perdemos mais um policial. Um jovem de 22 anos de idade, na flor da vida. O Soldado da PM Felipe Rodrigues Barbosa, 22 anos, do 36º BPM. Os bandidos levaram a arma e o seu veículo.
Amanhã vão correr a dizer que isso é um caso isolado e blá, blá, blá. Governantes covardes e hipócritas. Não é um caso isolado, é ousadia de bandidos que nos atacam e atacam nossas famílias.
Mas, de quem será a culpa desse caos?
A culpa é nossa, dos policiais. Nós reclamamos que ganhamos pouco, que a produtividade não saiu conforme prometemos. Mas, saímos as ruas como tarados, queremos prender tudo e todos, multar, multar e multar. Ora, a nossa insatisfação só é demonstrada anonimamente? Ou através de comentários em nossos blogs.
Já imaginou uma semana sem nenhuma multa? Ou uma semana só na prevenção? Mas não, nos ajudamos o Estado a nos enganar. As companhias de polícia brigam com números estatísticos para ver quem produz mais para ganhar um computador novo ou uma viatura nova. Mas essa ferramenta não é obrigação do Estado? Até isso fazem, nos tiram a estrutura obrigatória e nos fazem de capachos para termos direito aquilo que é ferramenta de trabalho.
Ou entao viramos pedintes visitando uma empresa e outra pedindo uma lata de tinta ou um saco de cimento para pintar um quartel. Gastaram 3 bilhões para construir um palácio na cidade administrativa, mas nós temos que sair de porta em porta de empresário pedindo isso ou aquilo para nosso quartel.
A culpa continua sendo nossa porque somos desunidos. Antigamente nenhum bandido tinha coragem de atacar um policial, pois nós éramos unidos e não recolhíamos o turno enquanto não prendíamos o bandido. Mas atualmente, estamos nem ai, o colega vira estatística. O Máximo que fazemos é chorar no enterro e dar uma salva de tiros.
Queremos que os policiais e bombeiros sejam honrados enquanto vivos e não mortos. Quando chega a hora de largar o turno e ir para o bico e para a faculdade, não estamos nem ai. Os bandidos já perceberam isso e ousam nos atacar. O mesmo bandido que atacou hoje pode voltar a atacar amanha, e a vitima pode ser eu ou você.
A culpa é desse governo covarde, mentiroso e hipócrita que com ajuda de nossas chefes enganam a todos com dados estatísticos maquiados. Nessa estatística, roubos viram furtos, crimes consumados viram tentados. E assim vai, cada fração tentando diminuir/maquiar os dados de uma forma desesperada.
O Estado incompetente empurrou o problema para as forças policiais. Os policiais a cada dia são pressionados a “produzir a cada dia mais”. A ordem é produzir, produzir e produzir.
Enquanto instituição somos covardes, fazemos o que o Estado quer. Acabamos nos enganando a nós mesmos. Inventamos a roda a cada dia. Criamos batalhões sem a menor estrutura de funcionamento. E assim damos a falsa idéia de que a segurança vai melhorar com a criação de mais um batalhão.
Dói saber que um policial morrer nas mãos de um bandido. Mesmo não o conhecendo cada policial sangra com uma noticia dessas. Esta na hora de reagir.
Os bandidos estão ousados. Bandido que ataca policial tem que ser tratado como inimigo número 1 do Estado.
Postagem mais recente Postagem mais antiga Página inicial

5 comentários:

Anônimo disse...

luto... a familia deve ta sofrendo muito, cade o aparato do Estado e do Comando da PM........

Anônimo disse...

iNFELISMENTE HOJE UMA PESSOA PRA SER POLICIAL TEM QUE TER MAIS CORAGEM DO QUE AMOR A PROFISSAO. alem do governo naun da assistencia ,muiots da sociedade naun da valor a um bravo guerreiro que sai de casa com a cara e a coragem pra salvar .LAMENTAVEL

Anônimo disse...

o sistema está deixando os polciais desanimados e frouxos. Brasil é terra sem lei.

Anônimo disse...

Muito certo esse texto, anda bem o escritor, fala com conhecimento de causa. Ocorre que as coisas estão piores do que isto. As escalas são desumanas, as extras satisfaz o eco do chefe direto. A cobrança ultrapassa a estrutura, as força humanas. No interior, cobra operações, mas não tem efetivo, não tem viatura suficiente, e ainda tem que deslocar até oitenta kilometros para sacramentar um TCO. Está insuportavel, ainda temos que compactuar com tantos abusos. Até quando isso vai? É publico e notorio que militar da ativa nada pode fazer, poderia impetrar um madado de segurança, mas quero ver qual pai de familia, que tem sua vida toda na PMMG arriscar reivindicar esse remedio constitucional. O assédio acontecerá de com muita força, isto não tenho duvida.

Anônimo disse...

O caso do Sd Felipe serve para nos dar mais experiencia. Ao que parece uma emboscada foi armada. Polica não pode confiar em ninguém. A nossa profissão é insignificante para os governos e mal vista pela sociedade. Porém a vida que está em jogo é a nossa e da nossa familia. De hoje em diante serei mais cuidadoso e reservado. Tenho quatro filhos e dois vão a escola e podem ser mortos somente por ser filho de polícia, que é apenas uma profissão, não é nenhuma força peculiar. O mundo é sujo, nossa profissão tem muita sujeira também. Quando morre um colega muitos criam "aquele espírito de corpo", mas sabemos que a realidade dentro dos quartéis e delegacias é outra. Todos precisam de Deus, mas o policial muito mais. Alvo de bandidos, escravos dos estrelados, refugo da sociedade, bodes expiatórios de politicos mal intencionados, e cobaias de um sistema podre e falido. Não ame sua farda, nem sua profissão mais que a sua vida e de seus entes queridos que esperam seu retorno para casa. Caso você ainda não buscou a Deus caro colega, faça agora mesmo, pois só assim estarás seguro, ainda que venhas morrer. Que Deus os abençoe.