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Lancha chamada "BANDIDA", avaliada em R$ 400 mil. |
Turcão emitiu R$ 2,6 milhões em cheques para gastos pessoais só em abril de 2007
Rio - O maior termômetro do patrimônio financeiro do jogo do bicho na cidade está nas despesas de seus integrantes. Um dos mais antigos bicheiros do Rio, Antonio Petrus Kalil, o Turcão, emitiu R$ 2,6 milhões em cheques para pagamentos de gastos pessoais, só em abril de 2007. Isso é mais do que a Polícia Militar inteira tinha à disposição (R$ 2,2 milhões) para comprar coletes, munição, armas, viaturas e outros equipamentos, no mesmo ano, segundo dados da Secretaria de Segurança.
A apreensão dos cheques foi feita pela Polícia Federal, na Operação Furacão. O troco foi dado esta semana pela Justiça, que determinou o depósito em cofres públicos dos R$ 16 milhões apreendidos em dinheiro com a quadrilha. Na decisão da juíza da 6ª vara criminal federal, Ana Paula Vieira de Carvalho, foi decretada, ainda, multa no valor de R$ 11 milhões aos 24 condenados
.Entre os membros da quadrilha estão Turcão, Aniz Abraão David e Ailton Guimarães Jorge, o capitão Guimarães. A magistrada determinou que os bens arrecados sejam leiloados em favor do Estado, como lancha chamada Bandida, avaliada em R$ 400 mil.
Os gastos de Turcão — que cumpre pena em sua casa num terreno em que construiu condomínio só para sua família, em Niterói — mostram que os R$ 2,6 milhões faziam parte de sua rotina mensal. Além de pagamento para advogados e parentes, havia cheques para lojas de móveis e decoração, produtos de informática, artigos de papelaria e, até, para o cemitério Jardim da Saudade, no valor de R$ 421 mil.
Se comparado com o orçamento para investimento da Polícia Civil (R$ 1,1 milhão), também para 2007, a despesa mensal de Turcão chega ao dobro. As apreensões mostram, também, que os valores apreendidos em espécie são só parte dos lucros da quadrilha.
Bens leiloados
Entre os bens apreendidos que serão leiloados há 51 carros de luxo, entre Mustangs, Mercedes Benz, BMWs, Chrysler, Lexus, Audi e caminhonetes importadas. Todos foram apreendidos na casa dos bicheiros. Outra fixação da quadrilha eram os relógios de marcas renomadas. Foram apreendidos 310, grande parte deles, Rolex. Entre os conjuntos de joia, foram 700.
Em depoimento à polícia,, até o juiz do Tribunal Regional do Trabalho, de Campinas (SP) Ernesto Dória disse que “costumava pedir emprestado a Turcão”, mas o bicheiro cobrava o pagamento com juros. Dória responde ao processo na Justiça.
Rastreamento dificultado
Os celulares apreendidos em poder da quadrilha, segundo a decisão, eram comprados por Jaime Garcia Dias nos Estados Unidos, para dificultar o rastreamento da polícia.
Só em sua residência, num condomínio na praia da Barra, os policiais federais encontraram 42 celulares. Advogado, Jaime fazia também o contato da quadrilha com magistrados. Ele foi condenado a 28 anos por quadrilha e corrupção. A lancha Bandida de 41 pés (12,5 metros), ficava em seu poder.
De acordo com a decisão da Justiça, Jaime “era encarregado de promover aproximação com agentes públicos. Possuía vários escritórios montados com a exclusiva função de distribuição de propina a um sem número de policiais cooptados pelo bando, que recebiam o chamado ‘pagamento mensal”.
FONTE:O DIA ON LINE
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