Policiais civis, delegados e peritos criminais de Rondônia iniciaram, às 7h desta segunda-feira (19), uma greve por tempo indeterminado. Só na capital, Porto Velho, 1.300 policiais vão deixar de realizar atendimento ao público nas 28 delegacias. Apenas flagrantes e crimes hediondos serão registrados. A emissão de carteiras de identidade também está suspensa. Na capital, pelo menos 180 inquéritos estão parados. A PM (Polícia Militar) trabalha normalmente.
De acordo com a Secretaria de Segurança e Defesa da Cidadania, são quase 3.000 profissionais de segurança em todo Estado. Os três sindicatos que representam a categoria informaram que 30% dos servidores continuarão a cumprir expediente.
“Existem servidores que estão há 19 anos na mesma categoria, sem promoção. Por isso, não podem se aposentar por causa do salário, que está muito defasado. Outro problema grave são as delegacias. Muitas estão quase caindo na cabeça dos servidores de tão velhas. A situação está insustentável e o governo do Estado não dá nenhuma mostra de que a situação vai melhorar pelo menos um pouco. Repartições que ainda não aderiram ao movimento, vão paralisar”, diz Jales Moreira, presidente do Sindicato dos Servidores da Policia Civil do Estado de Rondônia.
O sindicato informou ainda que a paralisação é fruto da reivindicação não atendida do plano de cargos carreiras e salários, que está há pelo menos 60 dias nas mãos do governo, além do pagamento de cerca de R$ 70 milhões em precatórios que estão no Tribunal de Justiça --o total da dívida do Estado com os trabalhadores é de R$ 170 milhões, informou o sindicato.
"Não estamos pedindo aumento de salário, e sim melhores condições de trabalho e compromisso do Estado do que foi firmado com a categoria. Desde junho, quando houve outra paralisação, tentamos uma negociação com o Estado. Das quatro reivindicações, duas foram atendidas durante a primeira greve --o auxílio alimentação e aprovação da aposentadoria, e não foram colocados em prática”, disse Moreira.
"Não existem portas fechadas"
“O governo sempre esteve disposto a conversar com os trabalhadores. Não existem portas fechadas para ninguém. Mas algumas reivindicações, para serem atendidas, dependem de outras pastas, outras secretarias para que as negociações avancem. É preciso observar que a arrecadação do Estado caiu, mas estamos sensíveis e concordamos com a greve. O grande problema é dinheiro no caixa para atender os grevistas”, explicou Marcelo Bessa, secretário Estadual de Segurança.
A greve dos policiais deixa a população em alerta. Desde janeiro, até este mês, em Porto Velho, foram registrados 205 homicídios. Nos últimos 15 dias, foram cerca de 20 mortes. Na cidade de Vilhena, sul do Estado, as mortes ultrapassam de 400, segundo da policia.
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