O salvamento de um bebê de 9 meses que se afogou em uma banheira no bairro Santa Amélia, na Pampulha, no começo deste ano, ou a prisão em flagrante de um dos bandidos mais procurados do bairro Santa Lúcia, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, no mês passado, são apenas dois exemplos de situações em que a agilidade foi imprescindível para a atuação do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar (PM). No trânsito cada vez mais congestionado, no entanto, até mesmo os serviços de urgência sofrem com os atrasos, muitas vezes prejudicando o atendimento à população.
Na capital, o tempo médio para a chegada dos bombeiros ao local de uma emergência pode demorar 30 minutos nos horários de pico – o dobro da média do interior do Estado. Já a PM não informa quanto tempo gasta para atender a uma ocorrência, mas o número de motos na corporação subiu quase 70% nos últimos dois anos, e batalhões já investem no veículo para vencer os desafios do trânsito.
No 22º Batalhão de Polícia Militar (BPM), no bairro Santa Lúcia, há um mês, 18 motos formam um grupo especializado em identificar suspeitos e frustrar roubos. “Isso surgiu da necessidade de atendimento mais ágil e de um deslocamento mais rápido em função das características do trânsito. Em determinados locais, gastaríamos até 30 minutos com as viaturas convencionais. Mas com as motos, gastamos cerca de cinco minutos”, conta o tenente-coronel Alfredo Veloso, comandante do 22º BPM. A unidade é a primeira a treinar policiais exclusivamente para o patrulhamento com motos.
No trabalho do Corpo de Bombeiros, o trânsito ruim também já exige o uso das motocicletas. Coordenador do grupo de moto-resgate da capital, que conta com seis veículos, o subtenente Luiz Carlos Pereira explica que muitas viaturas – principalmente caminhões e caminhonetes – precisam evitar vias com maior volume de veículos quando acionadas. Enquanto esses carros demoram, em média, até 20 minutos para chegar a uma ocorrência, as motos prestam o primeiro atendimento em menos de dez minutos.
“Muitas vezes, a viatura tem que fazer o caminho inverso ao da moto para conseguir chegar. Já ficamos 40 minutos esperando uma viatura. No trânsito, a tendência é ficar sem opções”, pondera o subtenente.
Para os policiais, esse tempo também pode influenciar na segurança dos cidadãos. “O trânsito para o veículo de quatro rodas está cada vez mais complicado. E a possibilidade de evasão do suspeito diminui com a redução no tempo de chegada da polícia”, diz o cabo Washington Lucas Castor, que atua no grupamento com motos.
Samu. Mesmo sem possuir resgate por motos, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) também reconhece os problemas no trânsito e afirma utilizar alternativas como bases descentralizadas e acesso às câmeras da Empresa de Transportes e Trânsito (BHTrans).
FONTE: O TEMPO
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