O uso das Forças Armadas no policiamento das cidades durante a Copa pode ocorrer caso aumentem os riscos de greve na Polícia Federal e também nas Polícias Civis e, principalmente, Militares, nos Estados. A possibilidade real de greve, especialmente entre os federais, está nos relatórios de segurança preparados periodicamente pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) sobre os riscos para a Copa, e já são conhecidos pelo governo há pelo menos dois anos.
Em 2013, os agentes da PF entraram em greve logo depois da Copa das Confederações, pedindo uma negociação para mudança do plano de carreira, mas não foram atendidos. Neste ano, já recomeçaram a mobilização, mas ainda sem indicativo de greve.
Dentro do governo, a avaliação é de que a crise entre delegados e agentes já levou a tal grau de deterioração na relação que a direção-geral perdeu o controle da instituição. Um exemplo de que os atritos dentro da corporação estão crescendo foi mostrado pelo Estado no dia 8, em Brasília.
Enquanto agentes, papiloscopistas e escrivães protestavam por melhores condições de trabalho na frente do prédio da Superintendência Regional da Polícia Federal do Distrito Federal, um delegado chegou de carro e avançou com o veículo em direção a manifestantes que ocupavam parcialmente o acesso ao prédio. Houve tumulto e bate-boca. Atualmente, nem o Ministério da Justiça sabe avaliar o grau de insatisfação dentro da polícia.
O uso dos militares ainda não está previsto, apenas em casos excepcionais. A presidente, no entanto, não descarta lançar mão dessa alternativa. A avaliação é de que, apesar dos riscos de imagem que seria ter soldados pelas ruas, o sentido de hierarquia e comando nas Forças Armadas é mais forte e não traria surpresas desagradáveis no maior evento do ano.
FONTE: ESTADO DE SÃO PAULO
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