28 de abril de 2014

PROBLEMA DO AUMENTO DA VIOLÊNCIA ESTÁ NAS FRONTEIRAS



O aumento do efetivo de policiais militares, mais viaturas, a participação e a contribuição da comunidade local, por meio de denúncias no Disque 181, são algumas medidas paliativas que o Deputado Estadual CABO JÚLIO sugeriu para tentar diminuir a violência em Mateus Leme, Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Na manhã desta segunda-feira (28/04), a Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) discutiu em audiência pública o aumento da criminalidade na região. 

Para o parlamentar, a polícia militar e a polícia civil nunca prenderam tanto e o judiciário nunca condenou tanto. Ele acredita que o problema do aumento da violência está diretamente relacionado não só por causa das drogas e da impunidade, mas, sobretudo, por causa das armas. ''O problema disso tudo são as fronteiras que não estão sendo fiscalizadas pelo governo federal. Nunca houve tanta apreensão de metralhadoras como agora. Esse armamento vem de fora, por isso não adianta colocar 500 policiais para um milhão de bandidos equipados com fuzis", destacou CABO JÚLIO. Em suas palavras, os policiais estão "enxugando gêlo". Ainda de acordo com o Deputado, para cada 700 quilômetros de estrada, há apenas um policial rodoviário para fiscalizar, além de haver postos de fiscalização que encerram as atividades às 20h.

Efetivo - Os dados apresentados pelo Deputado CABO JÚLIO mostram que, de 2001 a 2013, ingressaram na Polícia Militar de Minas Gerais, 19 mil novos soldados mas que, em contrapartida, reformaram, 22 mil, ou seja, o mesmo efetivo há 10 anos em desproporção ao aumento da população. ''Isso é herança de governos anteriores que não se ativeram para o problema", disse. 

Outro dado repassado pelo Deputado CABO JÚLIO durante audiência pública está relacionado a falta de delegados em todos o Estado. Segundo o parlamentar, foram nomeados cerca de 400 profissionais, desses, 20% já pediram baixa. CABO JÚLIO acredita que essa desistência é em razão da falta de estrutura que o delegado encontra ao chegar na delegacia para trabalhar. De acordo com o parlamentar, 30 novos inquéritos chegam diariamente nas delegacias. Para cada 100 inquéritos, em apenas um, descobre-se a autoria do crime. "Temos um delegado, um escrivão e dois agentes para cinco mil inquéritos. Vamos discutir o problema da violência, o tempo todo", conclui

Comunidade - A comunidade local participou da audiência sugerindo mudanças no que se refere à segurança pública da região. Aumento de efetivo, mais viaturas, mais policiais militares de plantão nos finais de semana, mudança das lâmpadas da área central para lâmpadas de mercúrio cuja capacidade de iluminação é maior, ativação de posto da Polícia Militar no distrito de Serra Azul e a melhoria do atendimento do serviço 190, foram algumas das propostas apresentadas. 

Major PM Carlos Costa, Cmt da 7ª Cia Ind
O comandante da 7ª Cia Independente de Mateus Leme, Major PM Carlos Gomes da Costa, disse que a polícia militar está produzindo a melhor prestação de serviços possível, dentro de suas limitações. O major lembrou que no primeiro trimestre de 2014, foram feitas 40 prisões em flagrante e apreenderam 25 armas de fogo. Esses dados, segundo o comandante, representam o dobro do que foi apreendido em todo o ano de 2013. "Tivemos 14 homicídios no primeiro trimestre do ano passado e, este ano, apenas três", destacou. Major Mateus pediu a participação da sociedade para auxiliar nos trabalhos da PM, que por sua vez, está atenta aos problemas apresentados para tentar solucioná-los. "São 35 mil habitantes e 310 quilômetros quadrados para 29 policiais. Esperamos que com o aumento do efetivo, possamos sanar alguns problemas'' afirmou. De acordo com o major, sua companhia é responsável por atender dez municípios da região, e Mateus Leme tem 29 policiais e sete viaturas. Ele explicou, ainda, que receberá 50 novos policiais a serem distribuídos nas dez cidades da região. Está sendo estudado o treinamento de um policial militar para trabalhar diretamente no Programa Educacional de Resistências às Drogas  -PROERD do município que não conta com o programa.

O juiz da 2ª Vara da Comarca de Mateus Leme, Eudes Botelho fez um desabafo e disse que é preciso que as pessoas parem de cobrar apenas das autoridades e passem a cobrar de si mesmas. Para ele, se a sociedade não produzir bandidos, não será necessária a Polícia Militar. "O servidor público não é escravo e, servir, é sinônimo de ''nós'', disse.

No final dos trabalhos, CABO JÚLIO disse que o desafio é encontrar soluções em que todos possam participar. ''Tudo desaba na polícia, tudo é culpa da polícia. Precisamos nos conscientizar de que todos nós somos responsáveis.

As sugestões apresentadas serão entregues à Secretaria Estadual de Defesa Social (SEDS), à Polícia Militar e à Polícia Civil.






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