24 de junho de 2014

MILITARES DE JUIZ DE FORA: "TRABALHAMOS SOB PRESSÃO. CHEGAMOS NO LIMITE"

Tribuna flagra dezenas de veículos sem funcionar
Tribuna flagra viaturas sem funcionar
O jornal Tribuna de Minas de Juiz de Fora teve acesso às escalas de serviço de algumas companhias da cidade, e a reportagem foi procurada por diversos policiais militares que se mostraram preocupados com a situação da corporação. Conforme documentos recebidos pelo jornal, em áreas críticas da cidade, como a da 173ª Companhia, responsável por parte da Zona Norte, em determinados turnos de serviço, há lançamento de apenas uma viatura de patrulha de atendimento comunitário, com dois policiais. "O que salva é que ainda temos muitos comprometidos, mas acabamos ficando de mãos atadas. Nestas condições, não podemos fazer muita coisa", desabafa um militar que trabalha na região Norte, uma das mais violentas da cidade. Segundo ele, a situação fica ainda mais crítica caso haja prisão em flagrante no turno. "Temos que nos deslocar até a delegacia para conduzir o suspeito. Por lá, ficamos horas, e a área, algumas vezes, fica desguarnecida."

No dia 13 de maio, a Tribuna flagrou uma conversa, na delegacia de Polícia Civil, entre um policial militar e o Centro de Operações (Copom), área responsável por receber os chamados e fazer a distribuição das viaturas para atendimento às ocorrências. Na ocasião, um policial que trabalha como coordenador de policiamento de unidade, foi contactado pelo rádio. A operadora do Copom informou que havia três ocorrências esperando para serem atendidas na área de uma companhia da cidade.

A resposta do policial à operadora confirmou a situação crítica: segundo ele, naquele momento, seria impossível se deslocar para fazer o atendimento, pois só havia uma viatura para cobrir toda a região, e que ela estava na delegacia, fazendo o registro de uma ocorrência de trânsito. O militar ainda afirmou que estava confeccionando o Registro de Defesa Social o mais rápido que podia e pediu que a situação fosse repassada ao comandante da unidade. "Trabalhamos sob pressão. Não culpamos o comando local, que ainda tenta gerenciar as falhas da melhor maneira, nosso clamor é para o Governo: chegamos no limite. Não adianta só vontade de trabalhar se não temos o básico", disse um policial.

Insatisfação - A insatisfação também está na outra ponta, quando o cidadão precisa da atuação da PM. "Quando cheguei para trabalhar, vi que minha loja havia sido furtada. Acionei a PM, e a resposta que tive é que naquele momento não haveria viatura, e que, provavelmente, o atendimento iria demorar. Esperei por quase três horas, como ninguém veio, fechei as portas e fui fazer o registro no posto policial. Neste caso, pude fazer isto, mas e se fosse um assalto, uma lesão corporal? Sei que não é culpa do policial, mas isto precisa ser revisto", disse um comerciante do Bairro Benfica, Zona Norte.

Atendimento segue ordem de prioridade - Segundo o assessor organizacional da 4ª Região da Polícia Militar, major Edmar Pires, o lançamento de viaturas e recursos humanos é feito de acordo com as demandas. Além disso, o atendimento às ocorrências segue uma ordem de prioridade, definido pelo oficial do Copom. "Às vezes, realmente temos apenas uma patrulha de atendimento comunitário em determinada área, mas não significa que o policiamento daquela região é feito apenas por aquela equipe. Temos, em cada área, a Patrulha de Prevenção a Homicídios, os Táticos Móveis e outros serviços, que têm condição de serem lançados caso haja necessidade. Outro ponto é que qualquer viatura e policial da cidade pode atender a qualquer área."

Sobre a falta de efetivo, o oficial disse que "os policiais disponíveis hoje conseguem atender à demanda. É óbvio que, se tivéssemos um maior número de policiais, seria melhor". Em relação ao corte de folgas, ele foi enfático ao afirmar que, quando entram na corporação, os policiais já estão cientes de que "esta é uma realidade do serviço, que pode ser modificado conforme a demanda".

No ano passado, segundo a PM, houve apenas um concurso, "que redundou na admissão nos quadros da instituição de dois mil novos militares, os quais encontram-se em período de formação com término previsto para novembro de 2014, sendo que estes novos servidores serão alocados nas 18 regiões da Polícia Militar".

LEIA A REPORTAGEM COMPLETA NO TRIBUNA DE MINAS
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