29 de junho de 2014

SP: PM DO GATE FOI ALVO DE TIRO DE COMPROMETIMENTO NA COPA


Algo muito grave ocorreu no evento de abertura da Copa do Mundo, em São Paulo: por pouco, um policial militar do Grupo de Ações Táticas Especiais (GATE) da Polícia Militar do Estado de São Paulo não foi vítima de um tiro de comprometimento disparado por um… policial civil. Isso mesmo. A Folha de São Paulo trouxe o caso à tona, e expôs algumas contradições nos procedimentos de segurança do evento:

Uma falha no esquema de segurança quase terminou em morte dentro do estádio do Itaquerão, em São Paulo, durante o jogo de abertura da Copa entre Brasil e Croácia, no último dia 12, visto por mais de 3 bilhões de pessoas em todo o mundo.

Com a bola rolando, um atirador de elite avistou um homem armado próximo à tribuna onde estavam a presidente Dilma Rousseff, chefes de Estado e autoridades da Fifa, e chegou a pedir a autorização de seus superiores para abater o suspeito.

O disparo foi evitado após o homem ter sido reconhecido como um policial, mas o episódio abriu uma crise entre as polícias Civil e Militar, que apresentaram versões diferentes para explicar a presença do agente no local.

Confirmado à Folha pela Secretaria da Segurança Pública paulista, o caso é investigado e resultou num reforço dos protocolos de segurança para os jogos seguintes.

A suspeita foi levantada por um sniper (atirador) do GER (Grupo Especial de Resgate) da Polícia Civil. Ele avistou um homem com um uniforme do Gate (Grupo de Ações Táticas), da Polícia Militar, numa área de acesso proibido.

Além de Dilma Rousseff, estavam lá o vice-presidente, Michel Temer, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, e o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, entre outras autoridades.

TENSÃO

Via rádio, o sniper avisou a seus superiores sobre o suposto intruso. A informação chegou à sala de comando, montada dentro do estádio, de onde veio a resposta de que não havia nenhum PM do Gate na área restrita.

Diante da suspeita de que se tratasse de um criminoso disfarçado de policial, o sniper pediu autorização para fazer o disparo fatal. Temendo causar pânico e tumulto entre torcedores e autoridades, a ordem foi para que o atirador esperasse mais um pouco.

A tensão tomou conta da sala de monitoramento, onde estavam policiais civis, militares e integrantes do Exército, responsável pelo comando das operações no estádio.

Alguns minutos depois, um policial, cuja identidade não foi revelada, analisou as imagens na sala de monitoramento e reconheceu o suspeito como sendo, de fato, um policial do Gate.

O PM que era tratado como suspeito retirou-se do local, provavelmente após receber uma ordem.

EXPLICAÇÕES

O caso fez o secretário da Segurança, Fernando Grella Vieira, pedir relatórios ao comando das duas polícias.

Segundo a Folha apurou, a Polícia Civil diz que o policial do Gate invadiu uma área restrita sem autorização. Já a PM alegou que ele tinha autorização de seus superiores, pois apurava uma suspeita de bomba, que acabou não se confirmando.

Em nota, a Secretaria da Segurança Pública reconheceu que houve um “erro”, mas sem gravidade: “A Secretaria da Segurança Pública esclarece que, no episódio em questão, houve um erro de comunicação que foi rapidamente sanado, sem maiores consequências.”

A pasta não informou se a razão da presença do policial militar no local proibido já foi esclarecida nem confirmou se havia uma suspeita de bomba na área sendo investigada naquele momento. Procurado, o Exército não se pronunciou até a conclusão desta edição.

Ao que parece – segundo se comenta em comunidades policiais – a confusão ocorreu por vaidades corporativas entre membros da Polícia Civil e da Polícia Militar diretamente ligados ao episódio – algo que não costuma ocorrer entre as mesmas polícias em relação à Polícia Federal e às Forças Armadas. O problema é o cotidiano de disputa por espaço nos ciclos incompletos das polícias estaduais, gerando desentendimentos que beiram a tragédia, como no caso em tela.

Felizmente tudo não passou do susto.
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