Débora Júlia Carvalho, viúva do Cb Christian que era lotado no 33º BPM - Foto: Guilherme Bergamini |
"Meu marido abandonou o tratamento de saúde pois tinha que evitar licença médica para não ser perseguido pelo comandante. Ele não aguentou a pressão. Se ele tivesse continuado o tratamento, ele estaria junto de mim e dos meus dois filhos", desabafou Débora Júlia Carvalho, viúva do Cabo Christian Pablo da Silva, que era lotado no Tático Móvel do 33° Batalhão de Policia Militar (BPM), e suicidou-se no dia 02 de julho. Ele fazia tratamento psicológico há um ano e meio.
O Deputado CABO JÚLIO disse que outro policial do 33º Batalhão tentou se enforcar há dois dias. “A verdade é que a tropa do 33 está em desespero e, desse jeito, não dá para ficar”, disse. Ele apresentou documentos que determinam a transferência de alguns militares do batalhão sob a justificativa de que apresentaram atestados médicos. “Se existem dúvidas sobre um atestado, isso precisa ser levado para o Conselho Regional de Medicina para verificar se o médico está vendendo esses atestados, mas o policial não pode avaliar isso”, afirmou.
O relato emocionado de Débora foi dito durante audiência pública da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), desta quarta-feira (16/07), solicitada para obter esclarecimentos sobre a ocorrência de violação de direitos humanos no âmbito do 33º BPM, em Betim, sob o comando do Ten-Cel PM Jair Antônio Pontes Neto. A Comissão recebeu várias denúncias de arbitrariedade contra Pontes sobretudo com relação aos militares baixados. O comandante é acusado de perseguição aos policiais que pediam licenças médicas, forçando-os a trabalhar mesmo diante dos atestados, em geral em postos vistos internamente como castigo. Em outras ocasiões, o tenente coronel Pontes estaria pedindo a transferência desses policiais e ignorando pareceres de arquivamento relativos a sindicâncias nos quais policiais licenciados estariam sendo investigados.
O cabo teria se suicidado durante o serviço. Ele estava trabalhando no policiamento a pé, em turno diverso do que estava originalmente escalado, situação que, segundo os presentes, caracterizaria castigo pelo uso de atestados médicos. De acordo com a viúva, ele teria interrompido o tratamento pouco antes para que a perseguição dirigida a ele cessasse. Ela evidenciou, ainda, que ao chegar à corporação dias depois para dar entrada em documentação para conseguir acesso a direitos previdenciários, o marido ainda constava como vivo. “Meu salário é de R$ 800, tenho dois filhos, de 11 e 5 anos, estou em tratamento fazendo radioterapia e, quando abro a porta de casa, falta uma pessoa”, disse.
O advogado de Débora Carvalho, Jorge Vieira da Rocha, disse que pediu a abertura de sindicância sobre os acontecimentos. Segundo ele, os pedidos no processo são para que o tenente coronel Pontes seja afastado e responsabilizado pelos acontecimentos. Ele disse que vai aguardar o resultado da sindicância para pedir indenização à família.
Tenente coronel nega acusações
Tec Cel Pontes Foto: Guilherme Bergamini |
O tenente coronel Jair Pontes se defendeu e disse que não houve interesse em prejudicar ninguém. “A demanda operacional é grande, o índice de criminalidade em Betim é alto e, para aproveitar melhor os recursos humanos e manter a operacionalidade da companhia, utilizamos esses militares em atividades menos desgastantes”, afirmou. Segundo ele, o policiamento a pé e a troca de turnos seria uma forma de diminuir a carga de trabalho dos militares com saúde debilitada.
Sobre o cabo Cristian Silva, o comandante afirmou que só soube dos problemas psiquiátricos do militar depois do suicídio e que se colocou à disposição da viúva para ajudá-la no que for preciso. “Seguimos todas as recomendações médicas. Se dizem que não podem trabalhar à noite, não trabalham, se não podem andar armados, não andam”, disse.
No final da reunião, foram aprovados vários requerimentos para tentar resolver as questões apresentadas, entre eles, requerimento que pede o envio de ofício ao governador do Estado e ao comandante geral da Policia Militar de Minas Gerais solicitando abertura de inquérito para apurar as denúncias feitas durante a reunião e para pedir o afastamento do tenente coronel Pontes.
(Com informações da ALMG)
Ouça o áudio do Deputado CABO JÚLIO e do Ten Cel Pontes durante Audiência Pública
8 comentários:
Isso é um absurdo... Uma pessoa em tratamento do tipo deve ser no mínimo desarmada e trabalhar no máximo em área administrativa sem uso de farda, uma vez que não há arma...
Um médico que atesta um paciente estudou mais de 5 anos para isso, e merece o mínimo de respeito para que qualquer um, que não tem nenhuma formação na área, conteste um atestado...
Bastava, está pior que aqueles patrões meia boca de empresas privada...
QUERO VER O IPM, E DENUNCIA FEITA AO MP, NAÇÕES UNIDAS, PORQUE SE E VIOLAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS, E A PERDA DO POSTO DESTE HITLER, SÓ ASSIM IRÁ TER MEDO. SE FICAR SÓ NA AUDIÊNCIA PUBLICA, NÃO DÁ.JÁ ACOSTUMARAM, FICAM AINDA COM CRÉDITOS NO COMANDO.
SENHORES ALEM DE TUDO É FALSO E MENTIROSO, NAO TEVE MORAL PARA FALAR A VERDADE, NA ASSEMBLEIA, ISSO MOSTRA A FALTA DE CARATER, DESSE CMT, PIOR QUANTOSS VAO MORRER, PARA ESSE CMT SAIR DE BETIM, FAÇAM UMA CPI NA P-1, QUE PROVA NAO VAI FALTAR, OLHEM OS ULTIMOS BI.
A falsidade de alguns oficiais supera todos os limites. Pior é que continua tudo a mesma coisa.
Militarismo é bom para oficiais e mais ninguém.
MENTIRA É POUCO PRÁ ESSE DAÍ, ANDA DIZENDO QUE ELE TENTOU MUDAR AS ESCALAS DOS DISPENSADOS PARA MELHOR, É UMA MENTIRA, POIS DESDE QUANDO CHEGOU NO BATALHÃO DETERMINOU QUE A ESCALA DO REDS DEVERIA SER DE 5X1, OS TEANTES É AJUDARAM O MÁXIMO QUE PÔDE MAS NÃO TEVE JEITO, MAS TEM MUITO CUPINCHA AJUDANDO ELE A REBENTAR COM OS PRAÇAS...ELE TEM BIRRA DE POLICIAL LICENCIADO! É SÓ PROCURAR QUE VAI ENCONTRAR. MAL MAL CUMPRIMENTA O MILITAR BAIXADO E AGORA DEPOIS DA AUDIÊNCIA FICA PUXANDO PAPINHO COM DISPENSADO MÉDICO. TÁ INDO NO BATALHÃO DEPOIS DA AUDIÊNCIA E FICA DANDO ALTAS GARGALHADAS, COMO SE ESTIVESSE VENDO UM FILME DE COMÉDIA...TEM MILITAR DISPENSADO MÉDICO LÁ NO BATALHÃO QUE TÁ DOIDO PRÁ ABRIR O VERBO, É SÓ SER CONVOCADO.
parabéns aos integrantes desta audiência publica e qua outras sejam feitas, porque há mais batalhões na segunda região, que os comandantes tem a mesma postura em relação aos atestados médicos inclusive com trocas dos dias atestados como folga do militar
Enfim, militarismo só é bom para os oficiais superiores. Desmilitarização já!
esse ten cel ja trabalhou no 54ºbpm, ele é um cara sem escrúpulo, covarde e so percebe policial. ja vi muitos atos covarde dele por aqui, inclusive perseguição devido a atestados medicos. a justiça tarda mas nao falha.
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