9 de dezembro de 2014

BOMBEIRO ASSUME CULPA POR TIRO PARA AGILIZAR ATENDIMENTO A JOVEM EM BH

Após ligar várias vezes para a PM, no 190, e Samu, no 192, militar resolveu afirmar que atirou em homem; assessoria de imprensa do Samu nega que tenha recebido chamada para o local; vítima morreu

Um bombeiro entrou para a lista de suspeitos do assassinato de um jovem no bairro Jaqueline, na região Norte de Belo Horizonte, após acionar a Polícia Militar (PM) pelo 190 e dizer que havia atirado na vítima durante uma discussão, na madrugada desta segunda-feira (8). Após a chegada dos policiais ao local do crime, no entanto, o bombeiro mudou a versão dos fatos relacionados à morte da vítima, de 20 anos, e desmentiu o que havia dito durante a ligação.

Em depoimento à PM, o militar afirmou que estava em casa quando foi procurado por várias pessoas pedindo socorro para um jovem que havia sido baleado, na rua Alameda das Flores, onde ele também mora. Ao saber do caso, ele teria ligado para a polícia e para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) inúmeras vezes. Como o atendimento estava demorando e as pessoas estavam ficando nervosas, ele disse que “se identificou como bombeiro, e assumiu a autoria do disparo, para que as duas equipes chegassem mais rápido ao bairro”.

Quando a viatura da PM chegou no local do homicídio, a vítima já estava sem vida e o resgate, portanto, não poderia ser mais feito. O jovem foi baleado três vezes com um tiro nos braços, costas e outro na barriga.

Investigação - A motivação do crime ainda é um mistério e uma das dificuldades para esclarecer o caso é que nenhuma pessoa da localidade informou ter visto o crime ou o suspeito de ter atirado no jovem. Diante dos fatos, o militar teria sido levado a Central de Flagrantes da Polícia Civil (Ceflan), para prestar novos esclarecimentos. Porém, a assessoria de imprensa do órgão não confirmou se o bombeiro prestou depoimento no local.

De acordo com assessoria, um inquérito sobre o caso foi instaurado na madrugada de ontem e só será possível saber sobre prisões e maiores detalhes do crime a partir de hoje. As investigações do caso serão feitas pelo Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP). A polícia também não soube informar se a vítima tinha passagem criminal.

Lei do Silêncio - No beco Alameda das Flores, local onde o jovem de 20 anos foi assassinado, o silêncio sobre a morte do jovem é total. A reportagem esteve no local e todos os moradores se negaram a falar sobre o caso.

“Falo com vocês sobre qualquer coisa, menos sobre isso. Nessas horas, quando acontece algo assim, o melhor é ficar de bico calado e fingir que não aconteceu nada. Até porque eu não tenho a intenção de morrer agora também”, disse um vendedor, de 43 anos.

Na porta da casa do suposto militar do Corpo de Bombeiros, um adesivo da corporação é exibido bem na porta do imóvel. Apesar de todas as luzes do local estarem acessa, ninguém estava na residência e ninguém da vizinhança soube dizer os moradores estavam. “Não vejo ninguém aí desde ontem. Não tenho contato e não sei onde possam estar”, se limitou a dizer um vizinho, que não quis se identificar.

Bombeiros - Até o fechamento desta edição, a assessoria de imprensa do Corpo de Bombeiros não havia se manifestado sobre o assunto e nem confirmado se o suspeito é mesmo um militar da corporação. No Boletim de Ocorrência (BO), a PM afirma que o homem é um bombeiro. A identidade dele não foi revelada.

Samu - Por meio de nota, a assessoria de imprensa do Samu informou à reportagem de O TEMPO que o serviço não recebeu chamadas para o endereço do homicídio. No comunicado , a assessoria destaca que todas as ligações recebidas são gravadas

Atualizada às 14h40.
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1 comentários:

Anônimo disse...

Tem uma piada que fala exatamente o que o militar fez .... ate nos que somos da casa temos dificuldade com apoio, acredito que foi por isso que o militar ligou dizendo que atirou...era so para o apoio chegar rapido...foi infeliz na sua atitude