26 de agosto de 2009

POLÍCIA TEM MAIS RIGOR COM "BOTAS ENGRAXADAS" QUE COM SEGURANÇA PÚBLICA.

Pesquisa inédita realizada a pedido do Ministério da Justiça (MJ) deu voz aos policiais brasileiros e encontrou altos índices de insatisfação com o modelo de gestão da segurança nacional, além de números que revelam condições de trabalho preocupantes.

Foram ouvidos 64.130 homens das polícias Civil e Militar, do Corpo de Bombeiros, da Guarda Civil e agentes do sistema penitenciário. Um em cada cinco afirmou já ter sido torturado em serviço e mais da metade (53,9%) disse ter sofrido humilhações de superiores.

Uma parcela ainda maior, 72,2%, reconheceu que há mais rigor com as questões internas - como exigir botas perfeitamente engraxadas - do que com fatores que afetam, de fato, a segurança pública.

O estudo entrevistou os participantes com a aplicação de questionários virtuais entre abril e maio. Os pesquisadores, ligados ao Fórum Brasileiro de Segurança Pública, identificaram que 69,8% de cabos, praças, sargentos, delegados, agentes e oficiais querem mudanças no modelo institucional e, na avaliação dos autores, a origem das reivindicações está atrelada também à vitimização da profissão, mapeada de forma pioneira na enquete.

Um dos dados encontrados é que 20,5% sofreram tortura. Apesar do questionamento sobre a utilização dessa prática não ter contemplado só agressão física mas também tortura psicológica, a pesquisa ressalta que não pode ser desconsiderado que a violência é ainda um “instrumento pedagógico” nas instituições policiais.

Os pesquisadores ressaltaram que “o sofrimento mental pode ter inflacionado o porcentual de respostas afirmativas, no entanto, essa teoria é enfraquecida porque no mesmo questionário foi abordado quantos deles sofreram humilhação”, o que seria só assédio verbal.

Nesse caso, o índice encontrado foi muito maior: 53%. Ponto de partida Regina Mikki, diretora da Secretaria Nacional de Segurança Pública, ligada ao MJ, disse os dados encontrados “servirão de ponto de partida para a criação de grupos de trabalho para aperfeiçoar a condição de trabalho das polícias”.

O secretário-geral do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Renato Sérgio de Lima, acredita que os indicadores servem para sustentar o debate prático, e não só acadêmico, da necessidade de mudança.

Fonte: Agência Estado - Estado de Minas
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3 comentários:

ADALTO disse...

Bom Dia..

Estou Aprendendo A mexer no Blog.

ADALTO disse...

Bom Dia.

Estou Apredendo a mexer no blog.

Anônimo disse...

Para esclarecimento de todos os que se interessam pela injustiça que esta sendo praticada contra os militares desertores, lembro a todos que a lei complementar 095, tramitou nas comissões e foi aprovada sob os olhares do presidente da comissão de segurança pública,o dito representantes da classe,Deputado Sgt Rodrigues, que sequer realizou uma audiência pública para discutir o assunto, talvez porque já havia um acordo com o Comando, coisa que nunca saberemos...