No Governo Itamar Franco (98/02), os Policiais e Bombeiros Militares, através de um trabalho conjunto de suas Entidades Representativas de Classe, Deputados Militares e Comando Geral da PMMG e CBMMG, conseguiram construir uma política salarial, baseada no piso de 05(cinco) salários mínimos para o soldado, incorporação de vantagens na remuneração básica, permanecendo apenas a gratificação por tempo de serviço, os chamados qüinqüênios, como vantagem pessoal a ser adquirida no decorrer da carreira.
No entanto, o atual Governo, no seu primeiro ano de gestão, através de Emenda à constituição Mineira, extinguiu os qüinqüênios para os militares que ingressaram nas Corporações Militares, isto, a partir de Julho de 2003.
E, para desviar o foco desta atitude perversa, o Governo, em 2003, concedeu promoção por tempo de serviço para os Cabos e Soldados. Assim, enquanto comemorava-se esta conquista, a perda dos qüinqüênios não foi sequer considerada, até mesmo em razão, de não atingir quem já estava na carreira.
Agora, no último ano de Governo, regulamenta-se o Adicional de Desempenho para os militares que ingressaram após Julho de 2003, dobra-se o valor da gratificação de produtividade e são concedidos benefícios reivindicados pela classe; aposentadoria aos 25 anos para mulheres, direito a aposentadoria com promoção para quem tiver 20 anos de efetivo serviço, 25 dias úteis de férias, etc..
Novamente, os policiais e bombeiros militares estão comemorando, justamente, diga-se de passagem, as conquistas e, talvez, não tenham percebido que a estratégia do Governo é desviar, outra vez, o foco de seu objetivo principal objetivo : sacramentar a divisão da polícia e do bombeiro em duas classes distintas: Os militares com qüinqüênios e os militares submetidos ao regime da ADE.
O Governo acredita que a Avaliação de Desempenho e a Gratificação de Produtividade, são as ferramentas que precisava para acabar com a igualdade de vencimentos entre inativos e ativos, pois a gratificação de Produtividade, poderá ser alterada, em relação a sua periodicidade de pagamento, deixando de ser anual e passando o pagamento do benefício a ser mensal, quando julgar conveniente.
Por outro lado, haverá sempre a possibilidade de alterar também os percentuais da ADE.
Companheiros vamos fazer a seguinte reflexão: Promotores e Juízes, que são considerados carreiras típicas de Estado, não estruturam suas políticas de vencimentos, baseados em Adicionais de desempenho e Gratificações de Produtividade. Será que eles estão errados e nós estamos certos?
Agora, penso que deveríamos refletir, seriamente, sobre as seguintes questões:
I – Quando nós militares que ingressamos na PMMG e CBMMG deixamos o Governo extinguir os qüinqüênios, para os militares que ingressaram posteriormente a esta data, rompeu-se o compromisso de gerações em manter a igualdade de tratamento entre os integrantes destas instituições? Traímos os futuros policiais?
Convém observar que esta nova geração de militares, para obter o adicional de Desempenho, terá que submeter-se ao assédio moral das instituições militares e de seus avaliadores, posto que os requisitos para definição do percentual do adicional fundam-se em disciplina, avaliação de desempenho individual e treinamento profissional.
E, basta verificar a aferição de mérito realizada por ocasião das promoções, para projetar, o sofrimento que estes militares vão ter que se sujeitar. Apenas a guisa de exemplo, para conseguir ao final da carreira, incorporar, aos seus vencimentos 60% de Adicional de Desempenho, o militar terá que conseguir trinta avaliações superiores a 70%.
II – O Governo assumiu com os Comandos da PMMG, do CBMMG, Deputados e Entidades de Classe, o compromisso de ao final do Governo, deixar a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros, com, no mínimo o 3º vencimento do país. Será que vai cumprir? As entidades e os representantes dos militares conseguirão espaço para mobilização da classe em torno desta reivindicação? Com a concessão e divulgação para a sociedade dos benefícios concedidos, haverá apoio para as reivindicações de cunho salarial?
III – Os militares que estão agora comemorando a aposentadoria com promoção, poderão em um futuro breve, verificar que embora tenham títulos de Cel. Reformado, Capitão Reformado 1º Sargento Reformado, a sua renda anual, decorrente dos proventos da aposentadoria equivalem a renda anual dos postos de Capitão da ativa, 1º Sgt da ativa e Cabo da ativa. Este é o objetivo permanente dos técnicos da SEPLAG e do atual Governo. Não se enganem!
Para finalizar, gostaria de esclarecer, até para não ficar a impressão de oposição às conquistas da classe, bem como tentativa de diminuir o mérito dos projetos aprovados e da luta de nossos representantes para que fossem alcançadas, que participei das discussões e emprestei apoio efetivo aos projetos, mas agora, penso que é chegada a hora, de fazermos uma avaliação crítica e construtiva, das estratégias do governo, das conquistas e dos desafios que temos pela frente. Conquistamos alguns benefícios, mas não podemos agir como os nativos, que se contentaram com apitos e bijuterias, ofertados pelo Governo de Portugal.
Penso, respeitadas as opiniões em contrário, que precisamos reconstruir a política salarial destruída pelo Governo Aécio, através da implantação do subsídio (Igualdade de remuneração para o mesmo posto e graduação, independente de gratificações ou adicionais), implantação da carreira única e de critérios objetivos para as promoções na carreira, bem como, revisão da legislação e da cultura das Corporações Militares, de forma que a criar condições para que os direitos e garantias fundamentais previstos na Constituição Federal, adentrem, substancialmente, nos quartéis da PMMG E CBMMG.
Esclareço, por oportuno, que não sou postulante a qualquer cargo eletivo, e para comprovar esta situação, basta verificar que não possuo filiação partidária, requisito indispensável para concorrer a cargos políticos. Assim, peço-lhes, que não façam qualquer relação de divulgação destes artigos com campanhas políticas, ou tentativa de desmerecer conquistas da classe.
Domingos Sávio de Mendonça- Tenente Coronel PM
Assessor Jurídico da Ascobom/PMBM
5 comentários:
CONCORDO COM TUDO QUE DITO. MAS SE CONCIENTIZARMOS PODEMOS VENCER O GOVERNO E QUEM MAIS APARECER, PELO VOTO. BASTA SERMOS CONCIENTES PARA ESCOLHER CANDIDATOS COMPROMISSADOS E COM BAGAGEM PARA REPRESENTAR A CLASSE E TEM MAIS PODERIAMOS ELEGER 03 DEPUTADOS ESTADUAIS E 3 FEDERAIS. ISSO PENSANDO NO MINIMO. É SO PARAR DE CANDITAR ESSE NR EXAGERADO E EXORBITANTE DE CANDIDATOS. E A MAIORIA SEM CONVICÇÃO APENAS PARA TIRAR FERIAS . BRINCADEIRA. ENQUANTO ISSO O GOVERNO DEITA E ROLA. CMT NENHUM DESEJA QUE TENHAMOS CANDIDATO É OBVIO.
BRILHANTE...BRILHANTE...BRILHANTE...PARABÉNS COMANDANTE PELO TEXTO. ESPERO QUE AGORA TODOS ACORDEM E CHEGUEM A CONCLUSÃO QUE ABONOS,PRÊMIOS E BONUS NÃO SÃO SALÁRIO, APENAS CORTINA DE FUMAÇA.
Parabéns ao Ten Cel Mendonça pela sua manifestação. V. Exª deveria retornar a Presidencia da AOPM porque foi o unico Presidente que manifestou em prol dos policiais e Bombeiros, os demais são da ativa e têm que retornar a atividade após o Mandato na Presidência. (PM de Ponte Nova)
Vejo que o Brasil ainda tem Homens com Riqueza de pensamento.verdadeiro soldado sempre atento e que nao fecha seus olhos p/ nossos problemas . Senhor Coronel e de pessoas iguais ao senhor e q nos precisamos p/ ajudar a clarear as mentes de nossos esquecidos amigos policiais.
Sabe quem deixou perder os quinquenios ? O Tal de Juninho que tá lá trabalhando no governo Aécio e o tal de piu piu que agora tá no poder e SEDES tudo para os paisanos. Depois vem esse muchiba do Juninho falar em Encontro de Hotel Tauá que era para os Oficiias Superiores cuidar bem do pessoal do ADE pois eles que seriam os nossos Cmts qdo passassemos para a reserva. Eta JUNINHO muchibãooooooo !!!!
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