Dia desses estava ouvindo um político falar sobre Segurança Pública e bradava ele com a retórica característica e já defenestrada pelos políticos "da nova geração", que o delegado de polícia deve ser um sujeito "brabo", deu até um exemplo arquetípico, que peço venia para não citar, dizendo que este derrubava as portas, dava tiros e sopapos nos suspeitos, enfim (...) com esse delegado não tinha esse negócio de direitos humanos não (...) vagabundo ia mesmo é pra cadeia e concluiu que a falta desse comportamento tem concorrido para que os bandidos não tenham mais medo da polícia.
Infelizmente não foi só a cultura popular que estereotipou o policial e especialmente o delegado, como um indivíduo obtuso, useiro e vezeiro no abuso do poder, quando não corrupto e dramaticamente simplório a ponto de servir de escada para piadas e situações constrangedoras em folhetins diários pelo país afora, não, o Estado e a sociedade também cooperaram para tal.
Como a única coisa que permanece estática é a mudança, algumas pessoas não se aperceberam que o tempo passou e a realidade da Polícia Judiciária hoje é outra, apesar de todas as dificuldades, algumas delas resquícios ainda do Estado ditatorial havido antes de 1988, a polícia tem experimentado uma evolução constante e sedimentada, não só em função dos novos policiais que passaram a integrá-la, mas principalmente daqueles que há décadas lutam e enfrentam toda ordem de adversidades, para realizar com eficiência e eficácia o trabalho absolutamente legal, justo, lúcido e equilibrado que se espera de uma instituição que talha com a honra e a liberdade das pessoas.
Não obstante pontuais circunstâncias detectadas no seio social, contribuírem para que a palavra "respeito" tenha sido quase que volatilizada dos nossos dicionários, ela é uma das principais armas da polícia no desempenho do seu mister.
O cidadão não deve temer a polícia, mas respeitá-la, assim como esta ao cidadão, o respeito difere do medo na medida em que este significa a angústia do espírito e aquele a grandeza da alma.
Achar que um "delegado brabo" vai resolver os problemas da Segurança Pública é algo tão absurdamente ingênuo como acreditar que o Rambo é o remédio para criminalidade, ou que o capitão Nascimento encarne a solução final para as pendências "milicianas" no Rio de Janeiro.
O medo é feio o respeito é bonito.
O medo é falso o respeito é verdadeiro.
O medo é hediondo o respeito é sublime.
O medo é mesquinho o respeito é generoso.
O medo é desnecessário o respeito fundamental.
O medo é momentâneo o respeito é para sempre.
A percepção dessas nuances pela Polícia e Sociedade, contribuirão para um trabalho de Segurança Pública otimizado, eficaz e humano, porque o medo pressupõe o abuso, mas o respeito denota o cumprimento justo e equilibrado da Lei .
2 comentários:
Bom dia!
Não concordo com a materia, pois sou do tempo onde infratores da lei tinham medo da policia, não era igual o que se ve hoje, onde meliantes não tem nem medo nem respeito pelos policiais, pois sabem que a impunidade rola solta a favor deles. Se falou em RESPEITO, onde ja se viu um drogado, um ladrão, um estuprador,um homicida, ter RESPEITO por alguem, principalmente pelas forças de segurança publica. Os policiais querem o respeito é do cidadão de bem, dos politicos e da imprensa, que muitas das vezes nos metem MEDO.
Concordo com o texto, a polícia precisa se adequar ao Estado Democrático e agir com inteligência e legalidade.
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