29 de março de 2011

Funk do tráfico amedronta população e desafia polícia

Imagem/Reprodução
Um videoclipe produzido por traficantes de drogas ameaça a população e desafia autoridades policias de Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte. Ao som de funk, criminosos do bairro Jardim Teresópolis fazem apologia ao crime, intimidam rivais e homenageiam bocas de fumo do município e também da capital. 
A Polícia Civil investiga, desde o ano passado, a autoria do vídeo supostamente postado pelos criminosos no site YouTube. A pedido da Delegacia de Homicídios de Betim, a Justiça já determinou a prisão de cinco suspeitos envolvidos na produção das imagens. Dois deles chegaram a ser presos, mas um acabou solto por determinação da Justiça. A polícia ainda procura outros três suspeitos, considerados foragidos. O Ministério Público não se manifestou sobre o caso. 
Ousadia.A gravação com mais de quatro minutos de duração foi postada na internet somente no último dia 11 e, até o fim da tarde de ontem, havia sido acessada 1.468 vezes. O videoclipe mostra imagens de assassinatos, armamento pesado e integrantes de gangues. 
Na letra da música, os suspeitos fazem ameaças explícitas a policiais e a moradores que denunciarem os criminosos da região. Supostos traficantes do bairro e de outras favelas, inclusive da capital, são homenageados.
Para o sociólogo e pesquisador do Centro de Estudos de Criminalidade e Segurança Pública (Crisp), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Luiz Felipe Zilli, a ousadia dos traficantes é um reflexo da sensação de impunidade no país. "É uma afronta que mostra o poder que eles têm. Esse tipo de vídeo tem um caráter intimidatório, pois eles sabem que não serão punidos", afirmou.
Moradores do bairro Jardim Teresópolis dizem que se sentem reféns dos traficantes. Temendo represálias, eles preferem o silêncio. Um comerciante que não quis ser identificado afirma ser comum criminosos imporem toques de recolher. "A gente não sai de casa. Às vezes, preferimos não abrir as portas por medo".
veja o vídeo em O TEMPO
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