5 de julho de 2012

JOGO DO BICHO: CAPITÃO DA PM É ACUSADO DE DESVIAR MATERIAL PARA ERGUER MANSÃO

Desvio. Mansões do comandante foram construídas por 
subordinados, que trabalhavam como pedreiros - 
OSVALDO RAMOS / DIVULGAÇÃO
Mansões. Além da suspeita de cobrança de propina, a investigação da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) trouxe uma outra revelação. (...) o capitão Yoshio Yamaguchi, comandante da 30ª Companhia da PM, outro suspeito de envolvimento no esquema para beneficiar o bicheiro Frederico Arbex, foi denunciado também por subordinados pelo desvio de materiais de construção que deveriam ser usados na reforma da companhia. Em vez de seguir direto para a unidade policial, parte do material era descarregada na casa do comandante. 
Com um salário mensal de R$ 4.000, Yamaguchi teria erguido verdadeiras mansões ao longo de dois anos. Como mão-de-obra, diz a denúncia, ele obrigava os subordinados de quartel a fazer o trabalho de pedreiros.
Comissão aponta envolvidos em esquema de jogo do bicho. Capitão da PM é acusado também de desviar material para erguer mansão 
A Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) vai acionar nos próximos dias as Corregedorias das polícias Militar e Civil, a Procuradoria Geral de Justiça em Minas e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para que esses órgãos tomem providências em relação ao envolvimento de policiais, um juiz e três promotores num grande esquema de corrupção que tem como principal beneficiário um bicheiro de Juiz de Fora, na Zona da Mata. 
Depois de três meses, a comissão concluiu ontem a principal parte da investigação e apontou que, por trás do funcionamento clandestino de 22 pontos de anotações de jogos do bicho e de máquinas caça-níqueis na cidade, existe uma rede de corrupção em que os beneficiados pelas propinas chegam a lucrar até R$ 16 mil mensalmente. O esquema funcionaria há pelo menos dois anos.
Entre abril e junho, a comissão colheu 28 depoimentos de testemunhas e dos próprios acusados. Os relatórios de até 200 páginas trazem detalhes de como o bicheiro Frederico Arbex atuaria. Em troca das propinas, policiais civis e militares, conforme a comissão, seriam coniventes com o esquema. Na outra ponta, promotores e até um juiz não levavam as investigações à frente. 
Ouvido pelos parlamentares, um outro bicheiro da cidade denunciou que recebeu a oferta para ter de volta um notebook apreendido numa operação em troca de R$ 10 mil. Na denúncia, o ex-bicheiro cita o delegado Fernando Camarota e os investigadores Alexandre Soares, o Carioca, e outro identificado apenas como Marcelo. 
Em outro depoimento, um tenente contou ter sido ridicularizado pelo bicheiro Arbex ao tentar apreender caça-níqueis controlados pelo contraventor. Segundo o militar, o bicheiro garantiu que teria todo o material recuperado com a ajuda dos comparsas. Arbex é dono de seis lanchonetes e de uma boate em Juiz de Fora. Ele não foi encontrado ontem. 
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