De acordo com o secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo Antonio Ferreira Pinto, a onda de violência que afeta a maior cidade do país nessas semanas mais recentes tem um nome: ‘Piauí’.
As execuções, que chegaram a 70 somente na última semana, foram ordenadas por Francisco Antonio Cesário da Silva, mais conhecido como Piauí, segundo o próprio secretário de Segurança paulista.
‘Piauí’ é integrante da facção PCC e apontado pela polícia como o chefe do crime organizado na favela Paraisópolis, a maior favela da capital paulista, com 42.826 habitantes (oitava maior do país).
Os papéis encontrados pela PM durante a ocupação de Paraisópolis no dia 31 de outubro pertencem a membros da quadrilha comandada por Piauí, afirma Antonio Ferreira à revista Isto é. Condenado por crimes como roubo, sequestro, homicídio, receptação e falsidade ideológica, ele está preso desde agosto em Avaré, a 272 quilômetros da capital paulista, quando foi transferido da penitenciária de Mirandópolis (interior do Estado de São Paulo), desde 2008.
CURRÍCULO DE PIAUÍ
Francisco Antonio Cesario da Silva, conhecido como ‘Piauí’ entre os habitantes da favela de Paraisópolis foi preso no dia 18 de agosto de 2008 na Penitenciária Nestor Canoa, em Mirandópolis (594 quilômetros da capital paulista). Detido pela PM por porte de documentos falsos, ele havia sido condenado a 14 anos de cadeia por um sequestro registrado em Santo André (ABC) em 2001.
Contra ele havia também seis mandados de prisão por mortes em Paraisópolis entre 2004 e 2008. Natural de Teresina (PI), e atualmente com 35 anos, o criminoso comandou o tráfico no Jardim Macedônia e em Capão Redondo, na década de 90, quando se destacou pelo lucro que obtinha para a facção.
Em 2003, assumiu o cargo de “torre” (chefe supremo do tráfico) na Zona Sul, sendo responsável principalmente por Paraisópolis. Desde então, atuou no comando de julgamentos da facção, com a participação de outros cinco chefes.
O grupo se diferenciou pela maneira como assassinavam os desafetos, carbonizando-os em porta-malas de carros roubados – prática semelhante ao “micro-ondas” (queima da vítima em pneus). Desde 2006, mais de 100 casos deste tipo foram contabilizados na capital.
Com pouco efetivo, a Polícia Militar teve dificuldades para conter os ataques e, segundo relatos de oficiais que coordenaram a ação, ficou “perdida” em Paraisópolis, conforme os vândalos se dispersavam em fuga pelas vielas da favela.
A 6ª Companhia do 16 Batalhão da PM deslocou cerca de 70 policiais para atender a ocorrência, que foi ramificada em quatro frentes de “enfrentamento”. Eram 14 viaturas da 6 Companhia – com 28 policiais — e mais 20 PMs da Força Tática, além de policiais da Rondas Ostensivas com Apoio de Motocicletas (Rocam), que apoiaram a ocorrência. O grupo tentou, em vão, avançar enquanto moradores ateavam fogo em carros e lixo.
Para dispersar ainda mais os policiais, vândalos começaram a incendiar carros dentro da favela, obrigando a PM a entrar em Paraisópolis. Para a polícia, partiu de Francisco Antonio (o Piauí) a ordem para a onda de protestos em Paraisópolis, em Agosto de 2009. O motivo seria a prisão de seu cunhado, Antonio Galdino, de 24 anos, durante ação da polícia no domingo passado. Neste dia, o ladrão Marcos Porcino foi morto por policiais, na favela, durante troca de tiros. A investigação aponta que criminosos da facção receberam primeiramente a informação errada de que Galdino também havia morrido na ação.
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