9 de abril de 2013

"Ganhar a guerra contra o crime não é com um canhão, mas com inteligência"


O Deputado CABO JÚLIO (PMDB) disse que os policiais militares e policiais civis de Minas estão enxugando gelo. A frase foi dita na manhã desta terça-feira (09/04) durante Audiência Pública da Comissão de Segurança Pública que discutiu o aumento do número de casos de violência em veículos de transporte intermunicipal e interestadual em Minas Gerais. O destaque da reunião foi o assassinato do João Gabriel Camargos de Paula, de 25 anos. O rapaz foi morto no dia 9 de março com um tiro na cabeça durante assalto a um ônibus da empresa Gardênia que vinha de Poços de Caldas, no Sul do Estado, para capital. Fernando Oliveira Miguel autor confesso do assassinato foi detido no Paraná, no dia 29 de março e, de acordo com a Polícia Civil, tem 13 passagens pela polícia e usava nomes falsos na tentativa de não ser localizado. 
Para CABO JÚLIO é preciso que se mude as regras para que bandidos como Fernando não voltem ao convívio social. "Não podemos culpar apenas o judiciário, mas ter a coragem para encontrar outros atores responsáveis por toda a estrutura da segurança pública", disse o Deputado. Ele afirma que os recursos no Brasil são intermináveis. É preciso criar uma legislação mais inteligente, afinal, um preso é condenado à 30 anos, mas cumpre apenas seis, é preciso uma polícia militar e uma polícia civil mais estruturadas e com efetivos adequados, sobretudo, para a investigação, além de mudanças no sistema penitenciário atual, que em vez de ressocializar, transforma o preso em um sujeito mais perigoso ainda. 
"Ganhar a guerra contra o crime não é com um canhão, mas com inteligência", disse. 
Durante a reunião, os familiares da vítima, juntamente com o Delegado Geral de Polícia, Jeferson Botelho Pereira, entregaram à comissão um Projeto de Lei que visa mais segurança para os usuários de transportes intermunicipal e interestadual. Uma das sugestões propostas é a instalação de detectores de metal nas entradas dos ônibus, câmeras de vídeo, pedais e botões de pânico com comunicação direta com as polícias e as empresas de ônibus, além da exigência da identificação no momento do embarque. "Queremos fazer desta fatalidade uma luta em prol da melhoria da segurança aos usuários de ônibus", relatou Júlio Cesar Duarte de Paula, pai de João Gabriel. 
Nas palavras do Delegado Botelho, falta comprometimento e compromisso dos intérpretes da lei. Ele diz que um momento em que o juiz avalia um pedido de prisão provisória, a lei pode tanto permitir que se prenda, quanto permitir que se deixe livre o indivíduo. "O interesse da sociedade tem que se sobrepor ao interesse individual', lembrou Botelho. 
Apuração 
A identificação de Fernando Oliveira Miguel 
ocorreu por meio de consulta do arquivo de 
fotos da polícia
O delegado Ailton Pereira, do município de Lavras, disse que o assassino, Fernando Oliveira Miguel, de 33 anos, já esquartejou uma vítima. A denúncia partiu da própria mãe do criminoso que informou ser o filho perigoso. Pereira relatou durante audiência que o criminoso costuma pedir aos motoristas de ônibus para apagarem as luzes durante os assaltos, e que neste caso, ele tropeçou e acabou acertando João Gabriel, acidentalmente. "Ele fala que é o PCC para colocar terror e diz que mata policial que estiver no ônibus", afirmou o delegado. 
Projeto de Lei 
O Deputado CABO JÚLIO apresentou Projeto de Lei logo após a reunião da Audiência Pública que torna obrigatória a instalação de câmeras de videomonitoramento nos postos de paradas intermunicipais e interestaduais nas rodovias que cortam o Estado de Minas Gerais. 
Reunião Extraordinária 
Amanhã, 10 de março, será realizada reunião extraordinária com o objetivo de votar o requerimento que cria a força-tarefa entre as Polícias Federal, Rodoviária, Civil e Militar, além da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e a Secretaria de Transportes e Obras (SETOP) visando a segurança dos usuários de transportes rodoviários. 
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