
"É importante valorizar o papel da polícia militar, da polícia civil e da segurança dos shoppings que agiram preventivamente ao monitorarem a intenção dos jovens nas redes sociais", declarou CABO JÚLIO. O Deputado lembrou, que em razão da prevenção, essas ações combinadas dos adolescentes não acontecem mais.
Marcados via redes sociais e chamados pelos próprios integrantes de “bondes”, os encontros originalmente eram apresentados como eventos para que os jovens se conhecessem e fizessem novos amigos. Alguns dos envolvidos, entretanto, anunciavam atos de vandalismo e eram muitas vezes repreendidos nas redes sociais pelos colegas, que, porém, não conseguiam impedi-los.
Trabalho de Inteligência e Redes Sociais
Segundo o chefe do 1º Departamento da Polícia Civil, delegado Anderson Alcântara, havia um serviço de inteligência dentro do Minas Shopping. "Não precisamos esperar que as coisas aconteçam. Precisamos acompanhar a evolução das coisas e fazer das redes sociais um aliado. Nós já sabíamos o que os adolescentes estavam pretendendo", declarou. Alcântara disse também que os pais estão sendo omissos quanto à vigilância dos filhos que utilizam as redes sociais. Ele afirmou ainda que muitos inquéritos sobre as ocorrências já foram concluídos e 11 pessoas já foram indiciadas
O comandante do 16º Batalhão da Polícia Militar (BPM), tenente-coronel José Geraldo de Azevedo Lima disse que o fato é um fenômeno decorrente das redes sociais. Ele lembrou que a polícia militar conseguiu evitar um mal maior no dia 24 de agosto, quando jovens combinaram "encontro" no Minas Shopping. "Conseguimos nos antecipar e nos preparar para os próximos que virão", salientou. Ele sugere que é preciso conhecer melhor os adolescentes para saber lidar com eles, uma vez que, não houve força física, apenas ação do diálogo e do convencimento. Ele lembra que foram registrados os Boletins de Ocorrência e acredita que os jovens que foram qualificados pensarão antes de agir novamente.
Levantamento
Os representantes do shoppings que compareceram à audiência pública disseram ser um problema social. Um levantamento realizado pelas polícias mostrou que 70% dos adolescentes envolvidos nos arrastões tinham apenas o nome da mãe no registro. De acordo com Renan Fernando e Souza, gerente de marketing do Minas Shopping, é possível identificar de onde eles vêm e qual a necessidade deles. "É uma demanda social e não um demanda de uma turma que quer cometer assaltos. Talvez uma autoafirmação", disse.
Quem concorda é Daniel Vianna Vieira, superintendente do Boulervard, shopping da região leste que também foi alvo dos adolescentes. Ele afirma que o intuito não era arrastão e sim marcar encontros para paqueras. "Li de um especialista que a falta de lazer em BH é resultado dessas ações. Sei que não justifica, mas acontece", admite. O levantamento mostrou que os shoppings que estão próximos ao metrô foram alvos dos adolescentes em razão da proximidade com o transporte público.
Dra. Valéria Rodrigues lembrou que o encontro de jovens em redes sociais não é exclusivo de uma classe social. Ela afirmou que oito anos atrás o Pátio Savassi, na região sul de Belo Horizonte, já havia sido alvo desses encontros promovidos nas redes sociais. "O tráfico de drogas era comum, mas por alguma razão, não houve o clamor que teve esses últimos acontecimentos", disse. A juíza acusa as autoridades de abafarem o caso. Segundo Sânzio Pereira Alves, chefe de segurança do Pátio Savassi, o shopping fez uma parceria entre a PM e o juizado da infância e do menor para reprimir essas ações.
Interação
A Juíza titular da Vara Infracional da Infância e da Juventude da Comarca de Belo Horizonte, Valéria da Silva Rodrigues criticou a falta de integração das forças de segurança pública com o judiciário. Ela afirmou que o judiciário não foi notificado da força-tarefa e nem das reuniões que aconteceram entre as forças de segurança e lojistas logo após os arrastões. "Vocês não terão eficácia nenhuma nas atuações se não incluírem o Judiciário”, disse. A juíza lembrou que excluir a Vara Infracional de Crianças e Adolescentes pode aumentar o mito da impunidade em torno desse grupo", criticou. Ela lembrou ainda, que entre 2011 e 2012, houve um aumento de 36% na apreensão de armas utilizadas por menores em roubos.
Arrastões
A primeira tentativa de arrastão, ocorrida no dia 17 de agosto, foi frustrada pela polícia militar. Seis adolescentes, com idade entre 14 e 17 anos, foram apreendidos e dois homens, de 19, presos. O plano dos adolescentes era saquear lojas do Shopping Estação BH, na região de Venda Nova, que precisou fechar as portas no sábado. No dia 24, o alvo foi o Minas Shopping, localizado na região Nordeste de Belo Horizonte. Lojistas e frequentadores do centro de compras ficaram assustados com o tumulto dos jovens e foi preciso fechar lojas em dia de grande movimento no shopping. No dia 31 de agosto, o alvo seria o Boulevard Shopping, na região centro-sul. Segundo o superintendente Daniel Vianna Vieira houve uma queda de 30% na vendas no dia do acontecimento.
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