12 de agosto de 2014

POLÍCIA REFORÇA EFETIVO PARA AÇÃO DE DESPEJO NO ISIDORO

Polícia reforça efetivo para ação de despejo no Isidoro
Na iminência de serem expulsos de uma área pública na região Norte de Belo Horizonte, moradores de ocupações urbanas tentam suspender a ordem de despejo.

Uma das estratégias já colocada em prática foi o pedido de intervenção do Ministério Público Estadual (MPE) para afastar do caso a juíza responsável pela decisão.

A Polícia Militar intensifica a preparação para cumprir a determinação de tirar 2.507 famílias de uma área conhecida como Isidoro. O terreno, da prefeitura, é destinado à construção de moradias do programa Minha Casa, Minha Vida, e foi invadido há um ano e três meses.

Nessa segunda-feira (11), mais 400 policiais militares do interior do Estado chegaram à capital e receberam treinamento especial no estádio Independência.

Eles se juntam a outros 1.500 militares já designados para o cumprimento da ordem de despejo. Uma fonte da PM informou que a ação deveria ocorrer ainda na madrugada desta terça-feira.

Acusação

O MPE solicitou ao Tribunal de Justiça a retirada da magistrada responsável pela liminar de reintegração de posse do terreno, sob a alegação de que ela atribuiu aos invasores a pecha de “bandidos”.

O pedido de afastamento será analisado pela desembargadora Selma Maria Marques de Souza, da 6ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça. De acordo com o processo do MPE, a ordem de reintegração de posse é falha, pois não aponta uma solução a ser adotada entre as partes.

Diálogo

Nessa segunda-feira (11) à tarde, o MPE se reuniu com representantes da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos para levantar propostas das lideranças das ocupações.

Elas querem a suspensão da ordem de despejo até que haja uma solução. Entre as propostas apresentadas está a inclusão das famílias no programa Minha Casa, Minha Vida, mesmo que seja em outro terreno.

Uma alternativa, sugerem os líderes dos ocupantes, é reduzir a área invadida, garantindo a permanência apenas de quem tenha renda de zero a três salários mínimos.

Segundo uma das coordenadoras do movimento, Edna Gonçalves Lopes, poderia, ainda, ser feito um cadastro socioeconômico – uma alusão clara aos oportunistas que buscam um pedaço de terra.

As propostas serão entregues ao governo do Estado e à prefeitura. O governo federal também promete auxiliar, mas, em um primeiro momento, pede que o prazo de reintegração de posse seja estendido. “Não há para onde essas famílias irem. O município passou alguns galpões, mas não são adequados. A situação é grave e urgente”, diz o ouvidor nacional Bruno Renato Teixeira.

Tensão

Na ocupação Rosa Leão, o clima ficou tenso nessa segunda-feira, quando acreditava-se que ordem de despejo seria cumprida. Os cinco acessos foram fechados com barricadas.

Pneus, telhas, sacos de terra e até pedras impediam a entrada de veículos. A informação é a de que ninguém deveria sair de casa para ir trabalhar. “Nós vamos resistir. Nossa arma é o número elevado de pessoas e a força da nossa voz”, disse uma das líderes, Charlene Cristine Egídio.

FONTE: HOJEEMDIA

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