10 de setembro de 2014

MP PEDE ARQUIVAMENTO DE ACUSAÇÕES CONTRA MILITARES NA MORTE DE ESTUDANTE

Para a Promotoria de Justiça, somente soldado teve participação na morte de Frederico

FABRICIANO – O Ministério Público pediu ao Poder Judiciário que arquive as acusações contra três policiais militares indiciados na morte do estudante Frederico Alan de Souza Paiva, de 26 anos. No documento, o MP ainda denunciou o soldado Deivid Marcelino dos Santos, acusado de atirar no estudante dia 5 de julho do mês passado. Para a Promotoria de Justiça, somente o soldado teve participação no homicídio.

A informação foi confirmada À reportagem do Jornal VALE DO AÇO pelo advogado Bruno Luiz de Souza Silva, que defende os interesses da vítima e também auxilia na acusação. De acordo com o defensor, o manifesto do MP ainda será apreciado pelo Judiciário. “Então iremos aguardar se a Justiça vai manter ou não a opinião do Ministério Público sobre o arquivamento das acusações contra os outros policiais”, disse.

Os três militares, todos oficiais na linha de comando, foram indiciados pelo delegado de Polícia Civil Jorge Caldeira, dia 28 de julho, por crimes de omissão de fatos que deveriam constar em documento público ou particular; inserir falsas declarações; alterar a verdade sobre fato; usurpar o exercício de função pública e desobedecer à ordem legal de funcionário público.

BOLETIM DE OCORRÊNCIA - Frederico foi morto no dia 5 de julho após supostamente “furar” uma blitz da PM no bairro Alipinho. O delegado de polícia apontou em seu inquérito qual teria sido a participação de cada um dos militares que estava no dia fatídico. Todas as supostas participações foram desconsideradas pelo Ministério Público.

De acordo com o boletim policial, a blitz de trânsito estava sendo realizada na rua João Teixeira Benevides, momento que Frederico se aproximou. Um dos militares mandou que ele parasse. Ao invés disso, o estudante teria reduzido a velocidade deixando a moto tombar para o lado.

Ainda de acordo com o boletim, um militar foi em direção à moto com a intenção de desligar o veículo, instante em que Frederico teria acelerado bruscamente a moto para cima dos policiais. Um dos PMs ainda teria tentado segurar o guidão da motocicleta para evitar ser atropelado.

Consta ainda no relatório, que o soldado Deivid Marcelino dos Santos gritou várias vezes para que o estudante parasse a moto, sendo todas as ordens desobedecidas por Frederico, que ainda teria feito uma manobra arriscada com a moto. O rapaz, segundo a PM, jogou a roda traseira da motocicleta contra o soldado Deivid e depois acelerou em direção a outro policial, que ficou pressionado contra a lateral de um guincho, que estava estacionado no local.

TIROS -O soldado Deivid, então, atirou duas vezes contra o rapaz, que conseguiu fugir em alta velocidade, em direção ao bairro Alipinho. Momentos depois, uma senhora chamou a polícia. Ela solicitava socorro para um motociclista que havia caído a aproximadamente 300 metros da blitz.

No local, os militares perceberam tratar-se do motociclista que havia deixado o local momento antes. O corpo de Frederico foi encontrado parcialmente sob a moto, já sem vida, e com uma perfuração nas costas. No bolso da calça da vítima a perícia técnica da Polícia Civil encontrou um celular, um óculos de sol, um aparelho de portão eletrônico e uma carteira.

DENÚNCIAO Ministério Público denunciou o soldado Deivid por homicídio duplamente qualificado por motivo fútil e recurso que dificultou a defesa da vítima e pediu o arquivamento das demais acusações contra os outros militares indiciados pelo delegado de polícia.
FONTE: JVA
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