10 de dezembro de 2014

FILHO DE PM TEM MEDO DA VIOLÊNCIA NO RJ E PEDE SEGURANÇA PARA O ESTADO

Cauã Aquino participou da cerimônia na Praia de Copacabana, no Rio (Foto: Alba Valéria Mendonça/G1)
Cauã Aquino participou da cerimônia na Praia de
Copacabana (Foto: Alba Valéria Mendonça/G1)
Em cartaz, Cauã Aquino, de 11 anos, diz que não quer um 'herói morto'.
ONG Rio de Paz organizou um ato na Praia de Copacabana nesta terça (9).

Parentes de policiais mortos entre 2013 e 2014 participaram de uma homenagem promovida pela ONG Rio de Paz na Praia de Copacabana, na Zona Sul do Rio, nesta terça-feira (9). Em meio ao ato, o menino Cauã Aquino, de 11 anos, chamou a atenção ao segurar uma placa que levava a seguinte mensagem: "Não quero uma bandeira e um herói morto. Quero proteção do estado e um pai vivo".

Cauã acompanha o pai, o sargento Carlos Aquino do 25º BPM (Cabo frio), em todas as manifestações. Eles confeccionaram juntos cartaz. Segundo Carlos, o menino ficou preocupado quando soube que as famílias dos policiais mortos ganham uma bandeira do governo.

"Quero ser policial, jogador de futebol ou veterinário. Tenho muito orgulho do meu pai, mas não quero que ele morra", disse o menino Cauã.

No ato, foram fincadas 152 cruzes pretas, número que, segundo o Rio de Paz, corresponde à soma dos policiais militares mortos em dois anos, e fotos dos PMs. Parentes colocaram flores ao lado das cruzes.

O soldado Alexsander Oliveira, atingido por uma granada quando fazia um patrulhamento pela equipe da UPP Fallet/ Fogueteiro, em 2011, disse que é preciso melhorar as condições de trabalho.

"Fui reformado como soldado, e não mudaria nada porque essa foi a profissão que escolhi pra minha vida. Mas é preciso dar mais atenção à vida não só dos policiais, mas todo mundo", disse o soldado que estava na PM havia pouco mais de um ano quando perdeu as duas pernas com o estouro de uma granada lançada por traficantes.

'Merecemos tratamento mais humano', diz policial
O movimento é realizado na véspera do Dia Internacional dos Direitos Humanos. Segundo Antônio Carlos Costa, do Rio de Paz, este é o 8º ato da ONG em favor de policiais. Este ano, o movimento foi um pedido da cabo da PM Flávia Louzada, do 16º BPM (Olaria), que está preocupada com o "tratamento desumano", como define, dispensado aos policiais.

"A Rio de Paz sempre faz um evento importante na véspera do Dia Internacional dos Direitos Humanos. Aí, liguei para eles e sobre a atual situação que envolve policiais militares. E a ONG foi bastante receptiva. Temos de mostrar à população que também somos pais de família e merecemos um tratamento mais humano por parte da sociedade", disse a cabo Louzada.

152 cruzes representam policiais mortos no RJ nos últimos dois anos (Foto: Reprodução/TV Globo)
FONTE: G1
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