3 de fevereiro de 2016

POLICIAIS MILITARES MORADORES DO AGLOMERADO DA SERRA PEDEM PARA SAIR DO COMPLEXO


A violência na Serra não tem poupado nem sequer os policiais militares que residem no aglomerado. A reportagem do Estado de Minas apurou que ao menos 10 policiais residentes nas favelas estão sofrendo ameaças de criminosos, sendo três casos mais graves com iminência de retaliações dos bandidos. 

O caso de um sargento seria o mais grave, tendo os membros das quadrilhas erguido até barricadas em volta de sua residência e o ameaçado de morte. O Comando do 22º Batalhão de Polícia Militar (BPM) não confirma o número nem a situação citada pela fonte, mas admite que há policiais ameaçados. “Um deles já deixou o Alto Vera Cruz e outro está em processo de mudança da Serra”, disse o tenente-coronel Olímpio Garcia.

Uma liderança comunitária do complexo de favelas da Serra afirma que a situação de violência é crítica sobre os policiais, e que há também moradores sendo expulsos de suas casas. “Normalmente, os bandidos dão indiretas. A pessoa passa na rua e eles intimidam. Gritam dizendo que chegou o fulano, que ele fica cheirando a galera inimiga. Isso porque o filho namora alguém na área do outro pessoal, ou porque joga bola com eles. Mandam ir ficar com o pessoal inimigo, já que gosta deles. Perguntam se na hora que o bicho pegar vai ficar com eles. As pessoas apavoram, chamam a polícia para ajudar a tirar as suas coisas e depois somem no mundo. Ninguém mais ouve falar delas”, conta. Sobre a situação dos moradores, o tenente-coronel afirmou que os militares estão presentes durante todo o dia para garantir a segurança e a manutenção da rotina dos moradores. 

E que as ações policiais têm se preocupado em não afetar a rotina de atividades da comunidade. De acordo com a assessoria de comunicação da Polícia Militar, a corporação faz o acompanhamento da situação pelo serviço de inteligência e oferece programas habitacionais que atendem o policial para o remanejamento quando ele reside em área de risco e/ou sofre algum tipo de ameaça. Segundo o órgão, a PM conta com o Pro-Morar, programa de facilitação para a aquisição de imóvel. “Mas o militar ameaçado passa na frente do processo por um colegiado que avalia isso. Também temos a rede de policiais protegidos, que incentiva policiais da mesma região a trocarem informações e com isso buscar a autoproteção”, informou a assessoria. (MP/VL)

FONTE: UAI
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