2 de agosto de 2010

Concursados protestam por polêmica exclusão da PM, no Recife

Mais um caso polêmico no concurso para ingresso no Quadro de Soldados da Polícia Militar de Pernambuco foi registrado na manhã desta segunda-feira (02). O Quartel do Derby, no Recife, foi palco de protesto de 108 pessoas que iniciaram o Curso de Formação Profissional hoje, mas foram convidados a se retirarem do Batalhão da PM, no Curado, por completarem 29 anos antes do dia 04 de fevereiro de 2011.
De acordo com o edital do concurso, cujas provas foram realizadas em novembro de 2009, um dos requisitos para ingressar na carreira de policial militar é justamente “ter idade máxima de 28 (vinte e oito) anos completos, no ato de ingresso na carreira de militar do Estado, após o Curso de Formação Profissional”. No entanto, o texto não prevê início e término do referido curso, que tem duração de seis meses, o que significa que vários candidatos, mesmo com 27 anos à época do concurso, não estariam aptos a assumir as vagas, mas não tinham conhecimento do fato no ato da inscrição.
“Visaram apenas o dinheiro e não foram honestos com os candidatos. Se soubéssemos deste prazo algum de nós teria gastado dinheiro em vão? Foram quase R$ 1.000 em exames, documentos e enxovais para no último minuto nos dispensarem. Isso é um absurdo!”, protesta Viviane Borges de Souza. “Deixaram que a gente fosse até o início do curso para nos excluir na frente de todo mundo, como se não fôssemos coisa alguma”, denuncia Eliúde Anunciada Feitoza, que completou 29 anos no dia 23 de julho, três dias antes de ser convocada para a corporação.
Vindos do interior do Estado, outros candidatos estão ainda mais desapontados. José Fábio Pereira da Silva fez o concurso aos 27 anos e só completa 29 em dezembro deste ano, mas também acabou expulso. “Desisti do concurso da guarda municipal de Caruaru, onde eu também fui aprovado e pedi demissão para vir ao Recife. Agora estou desempregado e sem perspectivas”, afirma.
Emerson Francisco da Silva, 28, foi outro que pediu demissão, mas dos Correios, onde já trabalhava há dois anos. “Na última semana antes de me apresentar no Recife larguei o trabalho, também público, em Garanhuns. Agora já não sei o que vou fazer e estou com uma casa alugada no Curado só por conta do curso de formação”, explica.
Polêmica – O concurso para preencher 2.100 vagas da Polícia Militar apresenta problemas desde o ano passado. A primeira e principal polêmica do processo foi o fato de vários candidatos terem entrado nos locais de prova de conhecimentos portando aparelhos celulares. O processo não foi suspenso totalmente apenas por conta da decisão da 1ª Vara da Fazenda Pública do Recife, Wagner Ramalho Procópio, que negou o pedido de anulação impetrado pelo Ministério Público de Pernambuco por considerar que a violação parcial da regra que impede o porte de celulares não colocaria o concurso em xeque.
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