Após os confrontos que terminaram com feridos na onda de protestos de junho, a Polícia Militar (PM) de São Paulo decidiu comprar veículos especiais para dispersar multidões com jatos de água e tinta. O comandante-geral da PM, coronel Benedito Roberto Meira, anunciou nessa segunda-feira a abertura de licitação internacional para adquirir os equipamentos, entre eles quatro caminhões. A previsão é que sejam gastos 67,5 milhões de reais (30 milhões de dólares).
O Comando da PM trabalha nos detalhes do edital, mas ainda não há uma data definida para lançá-lo. A ideia é que a frota esteja disponível na Copa do Mundo de 2014, por causa da possibilidade de novos protestos. "É para o ano que vem. Quem imaginava que haveria protestos dessa magnitude (na Copa das Confederações)? Não sabíamos que iriam encorpar tanto assim", disse o coronel.
Os caminhões, do tipo controle de tumulto (riot control, em inglês), oferecem alternativas às bombas de gás lacrimogêneo. Embora também dispersem o gás, podem lançar primeiro jatos de água pura ou com tinta que colore as roupas dos manifestantes. Isso facilitaria a identificação dos que se envolvem com violência.
A técnica de dispersão com água foi usada recentemente nas manifestações na Turquia. Segundo o coronel, nenhuma PM brasileira tem os caminhões especiais. A do Rio, no entanto, adaptou um veículo, que funciona de modo semelhante, mas improvisado. "O Estado não investiu muito em equipamentos de controle de distúrbios civis", explicou Meira, que espera receber os equipamentos em janeiro.
Além dos veículos especiais, a PM comprará para a Tropa de Choque cartucheiras semiautomáticas de calibre 12 para emprego em incursões em áreas consideradas de risco, dois robôs para desarmar bombas e carros blindados para transporte de policiais. "Não é caveirão, hein?", ponderou Meira.
Apesar das novas tecnologias, ele disse que as balas de borracha continuarão no menu da PM paulista em protestos futuros. "Se houver necessidade, vamos usar, com os mesmos critérios", disse o coronel, lembrando dos ferimentos (até de jornalistas) causados pela munição. "Em São Paulo, fui eu que suspendi. Não por causa de críticas, mas porque causa realmente uma lesão, ofende a integridade física. Não foi feito com essa finalidade, mas pode atingir."
Regras - O comandante participou, em Brasília, de encontro das cúpulas das PMs no Ministério da Justiça. Na reunião, discutiu-se a adoção de um protocolo padronizado para as corporações de todo o país adotarem em protestos. Atualmente, cada estado tem critérios próprios para definir como agir no controle de manifestações e motins e em que circunstâncias adotar armas como tiros de balas de borracha, bombas de gás lacrimogêneo e spray de pimenta.
A secretária nacional de Segurança Pública, Regina Miki, afirmou que os abusos foram pontuais nos protestos de junho. "Em outros países, manifestações muito menores terminaram em morte. Mas estamos em processo de aprimoramento. Nossa avaliação é que as polícias garantiram a Copa das Confederações."
FONTE: Estadão
1 comentários:
era só o que faltava ,o governo investir esta dinheirama toda enquanto falta medicamentos em farmácia do estado ,este descaso é um tapá na população de são paulo ,onde é que este governador esta com a cabeça ? ,ele é um retrogrado um irresponsável ,gastando dinheiro em caminhão pipa estrangeiro ,estes milhões vão fazer falta nos pronto socorro ,escolas e hospitais .
Postar um comentário