11 de setembro de 2014

BA: LÍDER DE GREVES NA PM DA BAHIA FAZ CAMPANHA, MAS NÃO PODERÁ VOTAR EM SI MESMO.

O líder de greves na PM da Bahia Marco Prisco fala ao telefone em SalvadorDepois de passar 40 dias preso em Brasília, o líder de greves na Polícia Militar na Bahia e Marco Prisco (PSDB) disputa uma vaga de deputado estadual, sob uma série de restrições judiciais.

Vereador em Salvador, ele está impedido de sair da cidade e só pode ficar fora de casa das 8h às 18h, em dias úteis. Por isso, nem poderá ir às urnas para votar em si mesmo, já que as eleições serão realizadas num domingo 5 de outubro.

“Serei o único candidato do país que vai fazer campanha sem poder percorrer o próprio Estado. É como se tivesse sido condenado sem sequer ser julgado. Isso é democracia?”, questiona Prisco em entrevista à Folha.

As restrições, que o proíbem ainda de falar com membros de associações de classe da polícia, foram impostas pela Justiça na decisão que determinou a soltura de Prisco. Se descumpridas, ele poderá voltar para a cadeia.

Para manter a campanha apesar dos vetos judiciais, ele tem tido o apoio de colegas de polícia. Vai a encontros em comunidades e igrejas e faz mutirões de plotagem de carros dentro do próprio comitê. Recentemente, passou a usar as redes sociais para criticar o governo Jaques Wagner (PT).

Prisco foi preso pela Polícia Federal em 18 de abril deste ano, um dia depois do fim de uma greve da PM baiana que resultou em 41 assassinatos na Grande Salvador em menos de dois dias.

A prisão, contudo, foi motivada por outra greve, também liderada por ele, em 2012. Na época, o Ministério Público Federal na Bahia denunciou Prisco e mais seis pessoas por crimes contra a segurança nacional.

O ex-líder da greve ingressou com um pedido de liminar no STF (Supremo Tribunal Federal) que pede a revogação das restrições. Alegou que as limitações o impedem de fazer campanha em condição de igualdade com os demais candidatos.

O pleito, contudo, foi negado pelo ministro Ricardo Lewandowski.

DESMILITARIZAÇÃO

Prisco foi eleito vereador em 2012, após ganhar visibilidade por liderar a greve da polícia baiana.

Agora, antes de completar a metade do mandato, o líder grevista tenta uma vaga na Assembleia Legislativa, e afirma que sua principal bandeira será a unificação e a desmilitarização das polícias.

Ele nega que a greve tenha sido trampolim para as eleições deste ano. “Não vejo problema em querer me eleger, participar da política e debater com a sociedade”, afirma.

No mandato há um ano e meio, teve atuação tímida na Câmara de Salvador. Apresentou 14 projetos de lei, nenhum deles aprovado.

Também propôs uma moção de repúdio e requereu uma sessão especial para discutir “a falência da política de segurança pública do governo do Estado”.

Mesmo assim, defende sua atuação na Casa e diz que participou das principais discussões sobre a cidade.

“É claro que a Câmara não é o fórum adequado para discutir segurança, mas vejo as nossas iniciativas como válidas.”

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