O mutirão carcerário, feito por alunos de Direito da UFMG orientados por professores e advogados, ainda acontecerá nas duas próximas sextas-feiras
Pelo menos 300 detentos do Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp) da Gameleira já tiveram seus depoimentos colhidos nesta sexta-feira (22) pelo mutirão carcerário feito por advogados, professores e alunos do curso de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). A expectativa é de que até 600 detentos sejam ouvidos neste primeiro dia da ação, que também deverá ocorrer nas duas próximas sextas-feiras.
Conforme o professor da universidade e coordenador do mutirão, Felipe Martins, o primeiro dia da ação contou com aproximadamente 80 pessoas, entre estudantes e professores e advogados que os orientam. "Nesta primeira etapa vamos coletar a versão de cada preso e em seguida analisaremos os processos de cada um para ver se é realmente possível tomar alguma medida", explicou o coordenador.
Serão analisados os casos de 1.236 presos do Ceresp, que tem capacidade para 404 pessoas. O foco do mutirão é a liberação de presos provisórios — que ainda não passaram pelo julgamento — e que já teriam condição de estar em liberdade. Ainda conforme Martins, entre os detentos há 61 presos por não pagamento de pensão alimentícia.
“Em um presídio para 404, que tem 1.236, certamente deve haver uma prisão ilegal. Fizemos uma visita prévia e encontramos presos por tentativa de furto, por furto de cuecas e até pessoas com doenças graves”, contou o coordenador do mutirão.
A liberação de vagas na unidade prisional ainda pode desafogar as Centrais de Flagrantes da capital, que têm ficado com as celas lotadas, sendo que na última quarta-feira (20) um suspeito de balear um guarda municipal chegou a fugir pela porta da frente de uma das unidades.
FONTE: OTEMPO
0 comentários:
Postar um comentário