26 de outubro de 2015

SERVIR A SOCIEDADE, MESMO COM O SACRIFÍCIO DA PRÓPRIA VIDA


Todo policial já fez este juramento alguma vez em sua carreira. Muitas pessoas não compreendem a amplitude de servir cidadãos que nem mesmo conhecemos e jurar que faremos isto, ainda que sacrifiquemos nossa própria vida. Mas diante da atual conjuntura da segurança pública brasileira e com o protecionismo parcial dos Direitos Humanos, destaca-se cada vez mais o seguinte questionamento: a sociedade realmente merece que o policial sacrifique sua vida?

Em todo final de curso de formação, no ápice da formatura, os policiais bradam o juramento de dedicar-se inteiramente ao serviço policial, mesmo que com o sacrifício da própria vida. Quanto a servir a sociedade a qualquer hora do dia ou da noite, de serviço, de folga, cansado, com fome, sem armamento e equipamentos adequados ou do mesmo nível que os infratores, recebendo um salário desproporcional para a complexidade da atividade desempenhada, não há nenhuma novidade. Sempre foi assim! Os policiais sempre se dedicaram de corpo e alma ao serviço, deixando em segundo plano suas próprias famílias.

O que, infelizmente, tem acontecido com uma frequência cada vez maior é o sacrifício da vida do policial em razão de sua atividade profissional. A cada dia que ligamos a televisão, lemos os jornais ou acessamos a internet, vemos em destaque que perdemos um irmão de farda assassinado covardemente. Mais quantos Neandros, Brunos, Aldas, Everaldos, Rodrigos terão que perder suas vidas para que alguma coisa mude?

No artigo Insegurança pública: o assassinato do soldado André foi a gota d'água para os policiais deixamos claro que já não aguentamos mais viver esta situação em que nem mesmo os policiais desfrutam da segurança pública pela qual eles se dedicam a oferecer a sociedade. Estamos vivenciando uma inversão de valores: a sensação de impunidade faz com que os bandidos atentem contra a vida dos policiais, com a expectativa ou quase certeza de que não haverá punição para seus atos. Um dos fatores que mais dá esta ideia de impunidade criminal é o protecionismo radical dos grupos de Direitos Humanos.

Estes grupos que deveriam defender todos as pessoas que sofrem alguma ofensa a seus direitos fundamentais, na verdade, tem uma visão um pouco deturpada de sua função. Se um policial mata um criminoso, ainda que amparado pelas excludentes de ilicitude previstas em nosso ordenamento jurídico, com certeza aparecerá um representante para exigir apuração criteriosa dos fatos, indenização e assistência de todo tipo a família do bandido. Mas se é o bandido que mata o policial, não aparece nenhum representante para exigir o mesmo tratamento para a família que perdeu seu ente querido.

As corporações policiais tem milhares de homens e mulheres a serviço da sociedade. Não podemos aceitar que o Estado nos encare apenas como mais um número. Não somos descartáveis!Cada policial é um ser insubstituível! Temos pais, esposas e maridos, filhos, sempre haverá alguém nos esperando chegar em casa após um dia de serviço! Podemos até chegar cansados ou meio emburrados por algum stress que tivemos, mas nossos familiares não aceitam uma bandeira para colocar em cima de um caixão.

Quando avalio os riscos pelos quais os policiais passam e a valoração que parte da sociedade dá a este sacrifício; quando percebo que a lei é fraca e não existe justiça para aqueles que a transgridem; quando passo do meu horário de serviço e algum familiar me liga preocupado se está tudo bem comigo, me pego a pensar: a sociedade realmente merece que os policiais a protejam, mesmo com o sacrifício de suas próprias vidas?

E você, o que pensa sobre o tema? Seja policial ou parente de policial, seja um cidadão que se preocupa com a segurança pública em geral, deixe um comentário abaixo com sua opinião!

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2 comentários:

Anônimo disse...

No Jogo de Xadrez, que aliás modela muitas situações de nossa sociedade, as peças têm valores: o peão vale 1, o cavalo e o bispo valem 3, a torre vale 5 e a dama vale 7. É aceitável, no jogo, que a peça de menor valor seja sacrificada para salvar uma peça de maior valor. Só que o Xadrez tem fim, o jogo termina. Na vida real o jogo é infinito, ou de duração indefinida. Então, se eliminarmos as peças (pessoas) de menor valor (policiais), a tendência é que o crime chegue às pessoas de maior valor. Políticos, empresários, clero católico e funcionários públicos de alto nível têm a polícia como seu principal escudo contra a criminalidade. Mas, frequentemente, temos visto ataques a juízes, promotores, advogados, padres; empresários como Abílio Diniz e a filha nº 4 do Sílvio Santos já foram sequestrados. O Estado exige sacrifício daqueles que ele não pode proteger. Mas existe sentido nisso? O Estado tem de proteger o policial? É claro que sim! Na verdade, a mesma sociedade pela qual o policial jura sacrifício deveria protegê-lo: a) Com apoio incondicional nas ações contra criminosos; b) Com suporte adicional, em caso de falhas logísticas do Estado; c) Com informações necessárias à resolução de crimes, etc. Mas não é o que temos visto! Com frequência, vemos manifestações populares em defesa de traficantes e bandidos locais, principalmente nas periferias. Vemos manifestações da classe média alta em prol de direitos humanos que não incluem policiais. Portanto o policial tem de se auto valorizar e deixar de fazer juramentos que o colocam como um ser humano de menor valor dentro da sociedade, uma peça que pode ser sacrificada. Isso é psicologicamente prejudicial para ele e para sua família. Mas, quais seriam as consequências de tal postura? Os confrontos "a bala" diminuiriam em número e intensidade, as operações teriam ênfase no planejamento e inteligência; criminosos não seriam presos por crimes violentos, e sim por enriquecimento ilícito, sonegação de impostos, uso de laranjas em atividades financeiras/patrimoniais; seus bens seriam confiscados e imediatamente integrados ao patrimônio do Estado, para uso ou venda. Outro argumento a favor do fim desse tal juramento de sacrifício é a máxima constitucional "todos são iguais perante a lei". Colocar o policial como uma peça de menor valor dentro da sociedade, ou seja - uma peça sacrificável, é um atentado, um rebaixamento do indivíduo a algo menos que humano.

Anônimo disse...

A SOCIEDADE MERECE NADA DO QUE FAZEMOS O NEGOCIO É PROTEGER OS NOSSOS